«O golpe do 25 de Abril representa a intenção da Liberdade e da Democracia em Portugal. Significa, também, a abertura para a Autonomia da Madeira e dos Açores.» Quem o diz é José Manuel Rodrigues, em artigo de opinião.
Destaque-se, na essência, ainda: «nenhum partido pode rejeitar o 25 de Abril. Este é um acontecimento da nossa História que é pertença de todo o povo português.» «Nós comemoramos a Liberdade, a Democracia, a Autonomia.»
Pensava que tudo isto era consensual. Como também pensava ser consensual não querer um novo regime totalitário, fosse de extrema esquerda ou de extrema direita, quando acabávamos de sair de uma ditadura de quase meio século. Diz-se que uns (extrema esquerda) queriam, afinal, um novo totalitarismo - seria para assegurar uma alternância no poder?... para ceifar o futuro bloco central de interesses?... Se calhar haveria também quem não se importasse com uma ditadura de extrema direita, numa espécie de revolução de continuidade.
Houve excessos e injustiçados durante o PREC, pois é claro que houve. As revoluções provocam danos colaterais, que idealmente as pessoas gostariam que não tivessem lugar. Por outro lado, o 25 de Abril nem está, na História, entre as revoluções dos grandes banhos de sangue. Por alguma razão é a Revolução dos Cravos. E a violência durante o PREC teve diferentes protagonistas, isto é, não foi de autoria exclusiva.
Concluo que o posicionamento político-partidário-ideológico e a vivência dos acontecimentos por cada um acaba por comprometer e justificar esta ou aquela opinião sobre o 25 de Abril. Se calhar é assim mesmo que tem de ser. Apesar disso, de forma distanciada, acredito que há uma base - libertação, democratização - e um mérito da Revolução que ninguém pode negar ou deixar de comemorar. Também na Madeira.
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