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O Ponto de Ordem de hoje, no Diário, "O surfista do betão", é um tiro no alvo: expõe as contradições perante as evidências. Com a devida vénia ao seu autor, atrevo-me não apenas a citar, mas a reproduzir o texto na totalidade:«Que o senhor secretário regional do Equipamento Social já tinha sido um revolucionário aguerrido, no pós-25 de Abril, um chefe de gabinete omnipresente e presidente de uma Assembleia Municipal, já sabia. Que é surfista é uma novidade. Tão surpreendente como daquela vez em que fiquei a saber que Marques Mendes fazia bodyboard. Sim senhor, é um secretário radical. Pelo menos percebe de ondas porque garante que no Jardim do Mar está tudo bem e só não aparecem mais surfistas porque os suspeitos do costume os afugentaram com mentiras. E até mandou fazer um filme para competir com a "Save the Waves". Só não se sabe se vai criar a associação "Salvem o betão" e andar pelo Mundo a denunciar os impedimentos à construção de muralhas.
Mais a sério, porque não acredito que o senhor secretário, tal como eu, se consiga equilibrar em cima de uma prancha, este é mais um contributo para colocar a Madeira no anedotário internacional. Todo o processo é um somatório de teimosias e atitudes arrogantes do poder regional que tinha muito a ganhar em ouvir opiniões de especialistas. Os tais que só alguém muito ignorante pode acreditar que são uns "pés rapados" sem vintém. Infelizmente é sempre assim, só muito tarde se dá razão a quem já a tinha de início e nunca há coragem para pedir desculpas.
O povo do Jardim do Mar também não sai nada bem nesta fotografia. Ninguém vai esquecer (ou perdoar) os comportamentos vergonhosos, com insultos e muito mais, contra quem lá foi defender a maior riqueza da freguesia. Agora queixam-se que já não há dólares dos surfistas, os tais que já foram "drogados". Trocaram o bom relacionamento que tinham com os surfistas estrangeiros, por um "desenvolvimento" que lhes foi vendido em forma de um muro de betão. Valeu a pena? O tal desenvolvimento já chegou?»
Jorge Freitas Sousa
(Diário de Notícias da Madeira, 17.09.2006)
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