«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Duro despertar para a realidade

«O Produto Interno Bruto voltou a ser motivo de orgulho para o PSD, porque mostra o desenvolvimento da Região, mas, por outro lado, já não vale nada quando se fazem contas ao dinheiro a transferir pelo Estado. O mesmo PIB é metido na gaveta quando se pergunta, pela milionésima vez, o que ganhou esta terra com o Centro Internacional de Negócios. Outro mistério que ameaça entrar no campo metafísico.
Também não foi explicado, embora perguntado pela oposição, porque artes mágicas uma Região que é, no papel, a segunda mais rica do país, tem um dos piores poderes de compra, os piores resultados nos exames nacionais e uma das maiores taxas de atribuição do rendimento social de inserção. Alguma coisa não bate certo, mas ainda não foi desta vez que ficámos a perceber. A lei das finanças regionais também deve ser responsável por tudo isso e muito mais, mesmo que ainda nem tenha entrado em vigor e que as transferências do Estado representem apenas 14% das despesas da Madeira.»

Jorge Freitas Sousa
Diário, 16.12.2006

«Não há nada a fazer. A dívida da Região é de mil e 500 milhões de euros (um autêntico palavrão). Mas quem tem responsabilidades governativas nesta questão, sacode as mãos, diz que dorme descansado, vira as costas e segue, tranquilamente, como se fosse a coisa mais natural deste mundo. Claro que dorme sossegado! Não é ele quem vai pagar a dívida. E até já sabe que ninguém lhe pedirá contas. Nem mais competência.
Mas o consciente deve ficar inchado de dúvidas. A começar por esta: a Região anda a receber dinheiro de Bruxelas há 20 anos; até há dias, isto era o paraíso, estava tudo feito - “e muito bem feito.” De um ano para outro, deu-se uma espécie de tsunami. O tal sucesso varreu-se e agora vem aí uma desgraça. Mais. Os madeirenses têm o rendimento mais baixo do país. Quer dizer, então, que se gastou a fortuna que foram os dinheiros de Bruxelas e o melhor que conseguiram foi colocar os madeirenses com o mais baixo poder de compra do país? E que, apesar deste desastre económico, ainda devemos à banca aquele palavrão tão grande? Onde está metido tanto dinheiro? Quem é o responsável por isto?»

António Jorge Pinto
Tribuna da Madeira, 15.12.2006

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