Cartaz dos Gato Fedorento em resposta humorada (tolerante) ao cartaz (intolerante e de combate aos valores democráticos) do PNR, no Marquês de Pombal, em Lisboa.
A comunicação social tem dedicado ampla cobertura e atenção às iniciativas do PNR (Partido Nacional Renovador), nos últimos tempos, como se fosse um assunto na moda obrigatório. O Diário de ontem, precisamente no dia em que se comemorou mais um aniversário da revolução do 25 de Abril e a libertação face ao fascismo, publicitava mais um iniciativa daquele partido de extrema-direita, com honras e destaque na primeira página (manchete: Extrema-direita ameaça 33 anos depois de Abril), no sentido que planeia ter uma delegação na Região e concorrer às próximas eleições legislativas nacionais, com candidatos pelo círculo da Madeira. Certamente que o PNR guardou, com satisfação, os recortes para arquivo.
No domingo, o Público dedicara um página de "promoção" ao PNR ao cobrir as suas iniciativas. No fundo da página vinha uma pequena notícia que dava conta de um encontro em Lisboa para debater a imigração. Esta sim, deveria ser a notícia em destaque, por se tratar de um iniciativa de uma ONG que pugna pelos valores democráticos como a tolerância. A iniciativa do PNR, partido que é contra esses valores democráticos e pela intolerância, deveria estar confinado a um destaque secundário ou nem ter merecido qualquer cobertura (promoção) relativamente aos seus actos anti-democráticos.
Como dizia um amigo, os media não deveriam dar cobertura à extrema direita porque está a usar os meios democráticos (os media e a liberdade de expressão) para pisar e desprezar a democracia, nomeadamente para difundir e promover ideais fascistas, nos antípodas de uma sociedade livre e democrática.
Será censura ou adequado e justificado negar tempo de antena nos meios (de comunicação) da democracia que os próprios elementos do PNR condenam e que calariam se alguma vez fossem poder? Será justo, lógico ou criterioso deixar que o PNR combata os valores de uma sociedade democrática através dos meios democráticos da própria democracia? Será lógico a democracia dar tiros nos pés e promover os seus inimigos declarados?
photo copyright Mário Cruz/Lusa 2007
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