Manifestantes quebram autodomínio e paciência do secretário-geral do PS e primeiro-ministro.
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As eleições estão aí à porta e é preciso começar a serenar os ânimos, isto é, começar a pôr travão nas intransigências e radicalismos do Ministério da Educação sobre algumas matérias, como já foi o Estatuto do Aluno, a mudança na gestão das escolas, o ensino artístico e, agora, a implementação atabalhoada do complexo sistema de avaliação de professores.
Daí reunir os docentes socialistas com os responsáveis do Ministério da Educação, no Largo do Rato, no fim de semana último. Até Cavaco Silva já tinha apelado ao respeito em relação aos professores. A reunião tem de ser vista neste contexto mais lato.
A classe docente representa uns bons milhares de votos, que não são de menosprezar, sobretudo se o Partido Socialista pretende ganhar as próximas eleições. Nem digo reeditar a maioria absoluta.
José Sócrates não gostou dos manifestantes no Largo do Rato e reagiu imprudentemente, criticando-os. Marcelo Rebelo de Sousa, por exemplo, disse que tal demonstrou falta de autodomínio e até arrogância por parte do chefe do governo, já que, independentemente de se gostar ou não, as pessoas têm o direito de se manifestar, de pressionar, condicionar e mostrar desagrado.
O Besóirar escreveu sobre o assunto, citando Ana Benavente, antiga Secretária de Estado de Educação dos governos de António Guterres: «Este encontro já vem um pouco tarde», depois de «desconsiderações e faltas de respeito»; o «Primeiro-Ministro e a Ministra da Educação não fazem ideia do que é o dia a dia nas escolas públicas». (Entrevista na Antena 1)
Obviamente que o Primeiro-Ministro e a Ministra da Educação se estão nas tintas para os direitos e reivindicações dos professores.
ResponderEliminarContudo, começou a época de caça ao voto e outra coisa não seria de esperar que as falinhas mansas e o presente envenenado da via do diálogo e da auscultação de pré-campanha.