Já que as autarquias e o Governo Regional subsidiam festas com o dinheiro dos contribuintes, numa estratégia não só para aliená-los da dita crise e dificuldades financeiras da Região, mas também para promover os actores políticos, ao menos apresente-se música portuguesa de qualidade.
Foi o que aconteceu, ontem em São Vicente, com o concerto da Mariza, de elevado nível, como se esperaria desta artista de fado internacional. Irrepreensível.
Mas, nem tudo foram rosas. Já que a Mariza não asseguraria qualquer resquício de cultura pimba que domina esta ilha, os organizadores das festas de São Vicente não poderiam deixar a qualidade desacompanhada.
Arranjaram uma pimbalhada (desajustada, fora de contexto) chamada compadre Jodé, que ainda por cima fez atrasar o início do concerto em cerca de trinta minutos. Imagine-se o título de uma notícia: compadre Jodé abriu espectáculo para Mariza.
Para nem falar nuns apresentadores que gostam muito de se ouvir e de apoiar-se em frases (bengalas) comuns.
Deu para notar que o contador pimba de anedotas não se atreveu a fazer humor crítico que envolvesse o Governo Regional ou alguma das suas figuras cimeiras ou secundárias. Bem pelo contrário, ajudou a vender algumas ideias como a de que o Sócrates não manda dinheiro para a Madeira.
Também não fez humor pimba com o preço dos combustíveis na Madeira, a liberalização aérea, a dívida indirecta da Região, os atentados ambientais ou os impostos que caem em cima do lombo dos madeirenses.
Nada disso. Limitou-se a achincalhar o presidente da Câmara de Santana, deve ter costas largas para isso, e o Governo da República, na figura de José Sócrates. Gozar da alegada homossexualidade de algumas figuras foi o prato forte, numa clara falta de gosto e nível.
Tanto assim que, com o pretexto da preparação do palco e afinação dos instrumentos, o concerto demorou a começar, com certeza para criar distância entre a Mariza e a pimbalhada que a precedeu. Não sei como a artista de renome mundial aceitou tal coisa.
Não fui ver o concerto, porque não tive oportunidade.
ResponderEliminarNão considero que o Compadre Jodé seja pimba, já que há imensa gente que gosta!
Acho que devia ser mais tolerante e perceber que a cultura portuguesa é "pimba" (como define), basta ver a televisão portuguesa à tarde e ver aqueles maravilhosos programas.
Considero que se trata de um ataque injusto ao sr. Marcelino! O seu blogue é o berdades da boca p'ra fora!
Devia ser mais tolerante e não ser tão elitista!
Viva.
ResponderEliminarObrigado pelo comentário.
O facto de muita gente gostar não é critério para aferir que não é pimba. Pelo contrário.
Concordo que o consumo de cultura pimba é muito elevado em Portugal. Basta ver programas como o Top Mais para perceber a realidade do país.
Na Madeira, que também é Portugal, tem-se acentuado essa tendência pimba nas últimas duas décadas. É também ilustrativo da nossa realidade.
Intolerante é quem mete tanta pimbalhada pelas goelas do povo abaixo. Quem obriga a comer sempre o mesmo prato de milho.
Fala em ataque? Ninguém está a atacar ninguém. Falei apenas sobre o personagem pimba (fictício, espero eu) chamado compadre Jodé. Ter opinião diferente não significa personalizar questões e atacar pessoas.
Pois, sei que na Madeira a discordância é assumida como ataque pessoal, uma estratégia para tentar anular a opinião diferente. De concentrar-se no acessório e esquecer a substância. É uma visão pimba da liberdade e da democracia...
Saudações.
Como referiu... o povo gosta... então há que dar o que o povo gosta...
ResponderEliminarTem toda a razão, quanto ao atacar!
Os melhores cumprimentos
Mariza não merecia uma abertura tão aberrante como a brejeirice do Compadre Jodé. A apresentação, mal educada do solícito bragado, seria mais apropriado para o sarau do de um tal Fernando Mendes no próxmo sábado , no mesmo palco.
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