Trabalhadores comidos de todos os lados?

A RTP1, no dia 11 de Outubro, deu conta das denúncias da Associação de Têxteis e Vestuário de Portugal e do líder do Partido Nova Democracia quanto à alegada exigência, por parte de sindicatos da CGTP, aos trabalhadores de empresas ameaçadas de falência, o pagamento de 18 meses de quotas e 10% das indemnizações em troca de apoio.

Os sindicatos são acusados de preferirem as falências à manutenção das empresas, por lucrarem com isso.

Se isto é verdade, é pior do que a exploração do capitalismo mais selvagem, porque exploram as pessoas num momento particularmente vulnerável das suas vidas, tirando vantagem da posição enquanto sindicato, normalmente sinónimo de auxílio e solidariedade. Um escândalo, que não ajuda a reputação sindical, que não se norteará, afinal, apenas em função dos interesses dos trabalhadores.

Segundo relato da Lusa, de 30 de Agosto último, em declarações feitas ao semanário Sol por Ulisses Garrido, membro da CGTP-Intersindical, os trabalhadores apenas dão donativos à estrutura sindical para "participar nas despesas judiciais".

O Sindicato Têxtil do Minho e Trás-Os-Montes, alvo das denúncias, desfez-se hoje em negações dos alegados factos à comunicação social, mas não foi convincente. Fica a dúvida.