Bohren & der Club of Gore é a banda sonora certa para acompanhar o retrato sombrio de que aqui se dá conta.
Tempos sombrios, um excelente texto de José Pacheco Pereira, com «muito pouca paciência para [certas] patrulhas do pensamento que proliferam em tempos de crise».
Em plena crise educativa, não resisto a citar este excerto: «Imagino uma escola em que uma professora de meia idade entra na aula e olha para trinta bárbaros vestidos de igual, dizendo grosserias e obscenidades, entre telemóveis ainda vivos e fios dos MP3, entre roupa "de marca" comprada na feira do Relógio e cabelos em bico com gel, os rapazes a pensarem no wrestling e no skate e as raparigas vestidas para matar a pensarem nas fotos que vão colocar em trajes menores no Hi5. Que olhar pode ter a professora, já com várias aulas em cima, para uma audiência desatenta que a última coisa que quer saber é o que é uma raiz quadrada ou um soneto, numa sala húmida e pouco iluminada, perdida num subúrbio policiado?»
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