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Imagine que era internado no Hospital do Funchal e lá teria de permanecer algum tempo. Entretanto, por lei, tem de entregar, no local de trabalho, no prazo de cinco dias, um documento comprovativo da sua ausência.
Quando pergunta, a partir da cama do hospital, da qual não tens condições de saúde para sair, como obter esse documento a provar que está impossibilitado de trabalhar, alguém responde que é preciso que o próprio, ou alguém em vez dele, se dirija a um sítio qualquer no mesmo hospital, que parece fechar às 16h:00, para pedir o papel.
Dentro do mesmo hospital, de um lado para o outro, de um serviço para o outro, não há forma de fazer chegar o malvado papel ao doente acamado? Este tem de ter mais essa preocupação ou ansiedade de arranjar forma de arrastar-se até ao sítio dos papéis ou arranjar quem o faça por ele. Tem de pedir a um familiar ou amigo para fazer a visita mais cedo, a fim de apanhar aberto o sítio dos papéis.
Bem precisavam de apanhar com um simplex na cabeça...
É por estas e por outras teias burocráticas e desfuncionalidades que, de tanto massacrar e aperrear a vida dos cidadãos, os serviços públicos ganham uma péssima imagem. Não há ninguém nas organizações que se dê conta destes absurdos?
Valorizo e respeito o que é público em termos de serviços sociais básicos (Saúde, Educação, Segurança Social), porque são a melhor garantia para os cidadãos (não penso que tudo o que é privado é bom), mas é preciso que se organizem. Ao menos evitar o absurdo, que não custa dinheiro nenhum emendar.
Olá Nélio,
ResponderEliminarNão sou madeirense de raíz mas o meu filhote é e nasceu nesse hospital que fala no seu post. Então repare nesta história maravilhosa: a minha esposa deu entrada no hospital às 9 da manhã e sem saber se o filho nascia daí a 10 minutos, uma hora, 3 , 6 ou 24 horas... eu precisei de a acompanhar ao hospital. Aguardei a manhã toda pelos exames e, por volta da uma da tarde, vim a saber que o parto iria demorar algum tempo. Até às 21 horas, hora que saí do hospital, o meu filho podia ter nascido a qualquer momento pelo menos a avaliar pelo diagnóstico. Eu, que até sou muito cuidadoso, pela tarde, mais ou menos pelas 17 horas dirigi-me aos serviços administrativos do hospital para poder justificar a minha falta na escola (a primeira ao fim de 10 anos) e para meu espanto deram-me a informação que a seguir relato: a partir do momento em que o bebé nasce tenho direito a 5 dias úteis, mas enquanto ele não nasce só tenho direito a justificar um período do dia, ou a manhã ou a tarde. A sorte é que nesse dia só tinha aulas à tarde e lá acabei por pedir a tarde. O bebé lá acbou por nascer no dia seguinte às 11:30 e até hoje fico na dúvida se não devia ter justificação a partir da 11 da manhã, ou, vá lá, 11:29 :-)