Os professores na Madeira devem desconfiar dos rebuçados que lhes atiram em período pré-eleitoral...
Lembrem-se que a avaliação prevista no ECD Regional é igual à da ministra da Educação. Lembrem-se que a apregoada carreira horizontal, sem categorias diferentes e ausência de quotas, não existe com a prova pública ao 6º escalão... Lembrem-se que o Governo Regional chumbou no parlamento a contagem do tempo de serviço congelado aos docentes...
O presidente do Governo Regional terá dito - depois de ter aprovado o Estatuto da Carreira Docente Regional praticamente igual ao nacional, em que os princípios da avaliação são os mesmos - que, por ele, os docentes não precisavam ser avaliados. Que quem deve ser avaliado são os alunos.
Além da demagogia, populismo ou contradição que se possa ler nesta posição - será para arranhar José Sócrates... há várias eleições para o ano e não interessa uma guerra com os professores na Madeira... - está dita uma verdade: a principal avaliação que decorre numa escola é a avaliação das aprendizagens dos estudantes. Os professores, para o serem, foram avaliados a vida toda e num rigoroso estágio na escola.
Na verdade, os professores podem ser avaliados de muitas formas no interior de uma escola, sem recurso às americanices do New Public Management, que, com o principal objectivo de cortar nos salários (baratear o trabalho dos serviços públicos), opta por sistemas de avaliação burocráticos e parciais, como se fosse possível meter as pessoas em grelhas com objectividade.
Insisto: se o presidente do Governo discorda da cartilha avaliadora neoliberal, não se percebe a aprovação na Madeira dos mesmos princípios da avaliação nacional do desempenho docente. A prática contradiz o discurso. Deve começar por rever o ECD que foi aprovado na Região.
Os docentes na Madeira devem manter-se alertas e não deixar-se enganar por este tipo de rebuçados. Depois do Bom administrativo, surgem discursos doces, que podem não passar de anestesias ou presentes invenenados.
Os números da adesão da greve do dia 3 e a concentração no Parque de Santa Catarina deixam antever que boa parte dos professores nesta ilha não estão a dormir e estão alerta para o que aí vem.
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