«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE
quinta-feira, dezembro 18, 2008
Professores de luto e em luta 154: preservar o entusiasmo dos professores
Consta que os Jesuítas obtinham bons resultados...
Como narra o De Rerum Natura, «Margarida Miranda, professora do Instituto de Estudos Clássicos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra tem-se dedicado ao estudo da pedagogia dos Jesuítas e publicou há pouco tempo a tradução que fez da Ratio Studiorum, que é a primeira tradução moderna em Portugal de tal obra.
Lembrou ela, em sessão pública, que teve lugar na passada terça-feira [4 de Novembro], na livraria Minerva, o especial cuidado com que no século XVI (sim, no século XVI!), se determinou, no âmbito desta pedagogia que os professores deveriam ser tratados para que pudessem ensinar bem.»
Aqui ficam algumas passagens da Ratio Studiorum:
“Nada deve ser mais importante nem mais desejável (…) do que preservar a boa disposição dos professores (…). É nisso que reside o maior segredo do bom funcionamento das escolas (…).”
“Com amargura de espírito, os professores não poderão prestar um bom serviço, nem responder convenientemente às [suas] obrigações.”
“Quando um professor desempenha o seu ministério com zelo e diligência, não seja esse o pretexto para o sobrecarregar ainda mais e o manter por mais tempo naquele encargo. De outro modo os professores começarão a desempenhar os seus deveres com mais indiferença e negligência, para que não lhes suceda o mesmo.”
"O reitor terá o cuidado de estimular o entusiasmo dos professores com diligência e com religiosa afeição. Evite que eles sejam demasiado sobrecarregados pelos trabalhos domésticos." (LER MAIS)
A boa disposição favorece qualquer actividade humana, é claro, mas cedo cheguei à conclusão que é um aspecto particularmente sensível no desempenho docente (ou na aprendizagem), que não é uma tarefa que se possa fazer a meio-gás, mecanicamente e sem alento. Assim o exige também o trabalho com pessoas.
Estima-se que, numa aula, um professor tome em média 500 decisões. Sem bem-estar emocional é difícil manter os níveis de energia e disposição que uma aula (processo de ensino-aprendizagem) com vinte ou mais crianças/jovens exige. Só mesmo passando pela experiência. Caso contrário ninguém o valoriza. O pensamento popular pensa que dar condições de trabalho aos professores é dar mordomias ou privilégios...
Mais sobre o assunto:
Ratio studiorum
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ResponderEliminarMais do que nunca, é preciso estarmos atentos e solidários. A hora é de luta pelo futuro do nosso país, que não se compraz, certamente, de meras estatísticas. Como disse Itamar Franco, "Os números não mentem, mas os mentirosos fabricam números".Saibamos dizer não a um país "estatisticamente correcto".Queremos "substância"!
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