Sabemos o modus operandi da actual equipa do Ministério da Educação relativamente a professores e sindicatos, que se pode resumir àquela expressão violenta usada por alguém do governo: «quebrar-lhes a espinha». Mas, é preciso ver para além destas ameaças de esmagamento e racionalizar a estratégia.
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O porta-voz da plataforma de sindicatos de professores referiu ontem que a contestação ao modelo de avaliação de desempenho definido pelo Governo "não é uma mera batalha dos sindicatos, mas de todos os professores". É importante não esquecer isto, que anda sempre a ser chutado para canto, quando se sabe que foram os professores que levaram os sindicatos a tomar uma posição mais firme. Foram os professores nas escolas que formaram movimentos espontâneos de resistência como o MUP ou o PROmova.
Mário Nogueira, frontman da plataforma de sindicatos, afirmou ainda que o "Ministério da Educação só aceita pôr fim ao conflito se for ele o vencedor, esmagando os professores". O tal objectivo governamental de esmagar e «quebrar a espinha» que dificulta os entendimentos. O cinismo do ME parece não ter limites... Será possível ultrapassar esta guilhotina pendente sobre a cabeça dos sindicatos e dos professores? Não é apenas uma ferida, é uma promessa de decapitação.
Por outro lado, como refere José Matias Alves, «se as Federações Sindicais, os Sindicatos e os Professores não conseguirem ver para além do túnel; se persistirem em olhar para as feridas de um conflito; se não distinguirem o acessório de essencial; se não souberem calendarizar (e separar) os objectivos de uma luta; se incorrerem na tentação do jogo da "soma nula"... podem começar a contar com o virar das costas da opinião pública, com o isolamento social, e o progressivo desprestígio profissional.»
A propósito:
Efeito de Túnel
Pobres coitados
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