«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

quinta-feira, janeiro 22, 2009

Santo Naviera Armas

A Naviera Armas recolhe simpatia e os madeirenses estão com o armador espanhol porque toca no bolso. E o governo regional não vai atrever-se a fechar esta porta de saída da ilha e o acesso a produtos mais baratos no supermercado.
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Se o armador Luís Miguel de Sousa, na RTP Madeira, afirmou estar contente com o ferry da Naviera Armas, se reconhece ser uma operação complicada, se não arriscou tal operação sem apoios comunitários e/ou do Estado português e da Região, não se percebe tanto incómodo e a pressão para impedir que o barco espanhol descarregue carga no porto do Funchal.

Não se quer o mercado a funcionar? É do estilo não se faz nem se deixa os outros fazer?

A Associação de Armadores da Marinha de Comércio invoca questões de princípio para impedir que o Naviera Armas descarregue mercadoria no porto do Funchal, por alegada concorrência desleal, já que não é onerada pelo frete de transporte terrestre do porto do Caniçal à capital madeirense.

Por questões de princípio, a operação do Naviera Armas equipara-se à do Lobo Marinho. Ambos carregam e descarregam passageiros e carga na Pontinha. Se é bom para um, também é para outro.

Faria sentido os passageiros sair no Funchal e a carga sair no Caniçal? Uma parte da carga (dos passageiros) do Armas ficava no Funchal e o resto iria para o Caniçal?

Não se pode prejudicar do interesse de uma população por causa de um conjunto de armadores. Luís Miguel de Sousa disse não saber se as laranjas 50 cêntimos mais baratas era bom ou mau, mas se as laranjas e outros produtos estão a metade do preço, para o consumidor madeirense, o resto é acessório.

Perante a polémica, o armador espanhol responde com o anúncio de um novo barco para a linha, com mais camarotes, e a possibilidade de fazer duas viagens semanais. Será que vai ser acusado de estratégia de mercado desleal?

Além de favorecer o bolso dos madeirenses e contribuir para a continuidade territorial, o navio da Naviera Armas tem a aura de romantismo associada aos navios de passageiros. Permite fazer uma pequena viagem de cruzeiro...

3 comentários:

  1. Cabe aos madeirenses fazer com que a PS Line desapareca e permaneça apenas a companhia ARMAS que já demonstrou não ser desonesta.
    O porto Santo sofrerá um pouco no início mas depois será recompensado.

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  2. Caro Scherzan,

    Não queiramos cair no erro de "santificar" esta companhia espanhola. Até porque se pudesse, creio que faria o mesmo que a PSL faz caso os papéis tivessem invertidos.
    Isto porque a ética a a suposta honestidade, é muito difícil de ser conciliada com posições de autêntico monopólio.

    No entanto e voltando ao tema, não vi a dita entrevista de Luís Sousa [estando no rectângulo é difícil], mas lendo as reacções à mesma, creio que fica demostrado tudo aquilo que era visível há muito. O autêntico monópolio existente no porto do Funchal, salvaguarda os interesses de uma certa "casta", lesando com isso os consumidores madeirenses.

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  3. Se o Sr António Armas consegue fazer o milagre de transformar laranjas caras em laranjas baratas, para mim é um santo. (O mesmo se aplica às alfaces, ao arroz, à carne, às couves, ao agrião, ao tomate e por aí fora. Até se for possível fazer o mesmo com a banana, passo a comer banana de Canárias).

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