Tanto prazer e tanta fruição faz de 38 por cento dos portugueses insatisfeitos com a vida face a apenas 19 por cento dos europeus... Yes, weekend.
As imagens ilustram uma brincadeira, mas profundamente ilustrativo de uma mentalidade e de uma cultura pouco... empreendedora, empenhada e capitalista.
É o domínio do princípio do prazer e da fruição sobre o trabalho, a produtividade, os grandes desígnios como País e enquanto Povo. O português típico, individualista, quer saber do seu fim-de-semana (o tal weekend), do seu copo, do seu futebol, da sua praia, dos seus canais de televisão.
É por estas e outras que se percebem as motivações no comportamento dos portugueses como povo.
Como diz Eduardo Lourenço n'O Labirinto da Saudade- Psicanálise Mítica do Destino Português, de 1978, «É pena de Freud não nos tenha conhecido: teria descoberto, ao menos, no campo da pura vontade de aparecer, um povo em que se exemplifica o sublime triunfo do princípio do prazer sobre o princípio da realidade.»
Por isso é que somos pobres... e dos mais insatisfeitos com a vida, como ainda há dias deu conta uma sondagem europeia. O Eurobarómetro divulgou um Relatório que revela que 38 por cento de cidadãos portugueses estão insatisfeitos com a sua vida face a apenas 19 por cento dos europeus.
Por outro lado, sabemos que parte significativa dos estudantes portugueses chegam à escola com um elevado grau de desinteresse, sem cultura de trabalho e com uma atitude negativa e de especial resistência perante o trabalho intelectual. É também exemplificativo.
Pois é, a sociedade portuguesa não lhes dá outros sinais. Agora os professores que se desenrasquem e façam milagres na sala de aula, como se nada tivesse a ver com esse contexto social e cultural de pouca exigência, de pouco trabalho e de inexistência de mérito.
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