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Litografia "Pela República" de Alfredo Roque Gameiro |
“Todo o republicano genuíno se empenhava em levar a escola aos mais recônditos lugares do país, abrindo assim os olhos das crianças para as luzes do progresso e para o derrube dos fantasmas ancestrais que lhe embargavam o passo. (...) O império das estatísticas e o esvaziamento dos territórios do interior, têm vindo a enfraquecera valência educativa em favor da mera aprendizagem. Para poupar meia dúzia de patacos no orçamento de estado, exactamente no sector em que ele deveria ser mais pródigo, a tendência começa a ser a de massificar e diluir as individualidades infantis em grandes agrupamentos indiferenciados, tudo em nome de supostas recomendações internacionais e conceitos pedagógicos de pacotilha, tão ao invés de Pestalozzie Maria Montessori, esquecidos a um ponto que até confrange.”
“Mas do Ministério da Educação pouco haverá a esperar. Aquele departamento crucial do estado mais parece um parque zoológico de dinossauros, de burocratas encardidos, esplêndida máquina para descascar bananas, ravina do por guerras territoriais de poder entre as várias seitas em que, aos poucos, se foi estilhaçando. A mesma parcialidade, ou melhor, a mesma ignorância, nas sucessivas comissões que têm vindo a sentenciar quais os títulos a inscrever, ou não, na PlanoNacional de Leitura, onde Aquilino não é também persona grata.”
(Intervenção de Aquilino Ribeiro Machado, na “Noite Republicana, Soutosa, 13 de Setembro de 2010 - revista RCI, Sindicato dos Professores da Região Centro, Novembro de 2010)
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