«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

terça-feira, abril 11, 2006

66. Tangerine dreams


Estive a pintar. Paredes. Escolhi a cor por catálogo na loja de ferragens e, não sei porquê, agradou-me uma cor chamada tangerina. Ok, é esta mesmo. Não é agressiva e tão emocional como o laranja. A cor de tangerina é um laranja com mais vagar, é mais moderado, sugestivo e discreto que a abrasante e demasiado óbvia cor de laranja. Um espaço todo pintado de laranja torna-se opressivo. O tangerina é quente sem oprimir ou ofuscar, acolhedor sem se impor, gentil sem perder personalidade. O tangerina é meigo, o laranja é bruto. O tangerina tem as qualidades do laranja sem ter de carregar com os aspectos negativos.
Bons sonhos cor de tangerina...

2 comentários:

  1. Viva! Sou o Flávio Sousa, advogado madeirense de 29 anos a morar em Lisboa. Descobri este fogoso blogue através do Garajau e vim cá dar os parabéns. Também já correspondi ao vosso apelo e divulguei o endereço no meu blogue A Bomba. Podem visitar-me em:

    www.a-bomba.blogspot.com

    Saudações autonomistas,

    Flávio

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  2. Obrigado pelas palavras simpáticas, que recebo com humildade. O Olho de Fogo é mais um blogue entre tantos, que procura pensar a realidade, sem cingir-se ao espaço insular, procurando expressar-se na potência máxima da vida, com autonomia, difundindo outras perspectivas e colocando a lupa sobre este ou aquele assunto que nos diz respeito e nos implica enquanto cidadãos.
    Pensar a realidade sem azedume, sem pretensiosismo, sem fulanizar, sem destruir, sem ofender, sem ser reaccionário mas, também, sem ser asséptico, indiferente ou esotérico. Com honestidade. Com pertinência.
    É esse o espírito. A atitude é benévola e construtiva. Dá-se razão, a partir de um dado ponto de vista, a quem a tem, independentemente de quem for. Procura-se não fugir destas balizas. Não esquecendo que um ponto de vista é sempre uma vista a partir de um ponto. Embora se procure fundamentar e sustentar a razão que se pense ter.
    Ninguém tem a verdade no bolso, mas tem o direito (e o dever) de expressar a sua visão das coisas, sem isso constituir uma ilegitimidade ou delito de opinião num Estado Democrático e de Direito como o nosso, porque é fundamental confrontar ideias para que desse encontro até possam surgir ideias melhores. Muitas vezes, só percebemos que não temos razão graças a esse confronto de ideias, quando o outro nos convence, com argumentação sólida e racional, da sua razão.
    Isto tudo que acabei de dizer resume-se a uma palavra: CIDADANIA. Que não se restringe a um mero conjunto de regras, direitos e deveres cívicos. É cidadania participativa.

    Saudações,
    nelio de sousa

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