Johnny CASH, the man in black, ele próprio. [Vide neste blogue o interessante vídeo do tema "Hurt", um original de Nine Inch Nails, com Johnny CASH já no final da sua vida]
Walk the line conta a história da vida de Johnny Cash, a primeira parte dela, nos seus momentos mais decisivos, nas suas dificuldades e sucessos. Não se tem a sensação de ser uma dessas biografias limpas dos aspectos menos agradáveis da vida, como a dependência de fármacos. Neste sentido, é muito pedagógico. O sucesso tem sacrifício e perseverança por detrás.
A história do músico cruza-se com a história do homem, em que surge a história de amor com aquela que viria a ser June Carter Cash. Para além deste aspecto mais pessoal e emocional, uma história de amor que não é frouxa, asséptica ou demasiado sentimental, destaco o músico e os momentos musicais que oferece o filme em grande pujança. Joaquin Phoenix é senhor de uma representação muito realista e intensa, tal como Reese Witherspoon, no papel de June. Diz-se que, antes da sua morte, Cash escolhera Phoenix para interpretar o papel.
O aspecto musical ganha força numa sala de cinema, com o sistema de som que nos dá aqueles graves profundos e torna vivo o ritmo do som Johnny Cash. O início impressiona logo pelos sons graves que se ouvem à distância da sala onde decorre o famoso concerto, na prisão de Folsom, em 1968, espaço do qual nos vamos aproximando e ouvindo os restantes sons e frequências até entrar nesse espaço. Contagiante.
É claro que se poderia aprofundar o desenvolvimento do músico mais em detalhe, a sua religiosidade e a sua consciência social, determinantes na sua música. Se motivar mais alguns a conhecê-la já é importante. Pelos vistos, está a vender mais discos depois da sua morte. Há um novo público a descobrir CASH, atraído também pelos excelentes discos que gravou para a American Recordings, nos últimos anos de vida.
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