Na Calheta, Rigo pôde ver claramente visto exemplos de demasiada artificialização: a praia artificial de areia na Vila da Calheta, bem visível a partir do Centro de Artes, onde trabalhou Rigo muitos dias, e a estrada/promenade artificial que ocupou toda a praia de calhau da frente mar do Jardim do Mar (tudo o que se vê na imagem, incluindo o a área ajardinada à direita na imagem, era praia de calhau).
«A minha maior preocupação incide mais sobre a parte natural da Madeira. Por exemplo, acho que estão s ser feitas coisas sobre as quais seria necessário reflectir. Já houve centenas de gerações a viver nesta ilha e nenhuma tem o direito de alterar totalmente o que vai herdar a geração seguinte. A Madeira não é um sítio plano nem de praias de areia, temos de aceitar as características que a ilha tem, sem as artificializar.»
(Rigo, 20 de Janeiro de 2006, em entrevista ao Tribuna da Madeira, a propósito da exposição no Centros de Artes - Casa das Mudas)
A arte de Rigo, artista madeirense internacionalmente reconhecido, está atenta às especificidades dos lugares - a praia artificial de areia na Calheta entrou-lhe olhos dentro - e enformada de activismo político, referindo ele próprio que usa a «arte como forma de ser uma voz cívica, mas não sou político». Pensar e intervir não é tarefa exclusiva dos políticos nem de ninguém. A cidadania não tem direitos reservados.
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