«A Madeira não é um sítio plano nem de praias de areia, temos de aceitar as características que a ilha tem, sem as artificializar.» (Rigo, Janeiro 2006)
Devemos tirar partido dos recursos naturais e da nossa costa. Mas, quando estamos perante uma alteração radical da costa o caso é outro. É comprometer recursos e equilíbrios. Aí faz sentido que se critiquem e proponham alternativas mais moderadas e de menor impacte ambiental. Em democracia isso é natural.
Madeira já é autêntica e exuberante por si
Se a Madeira foi brindada com uma natureza exuberante e genuína (singular) – «o que a Natureza dá não precisa ser feito» (Siza Vieira, arquitecto) –, muito do agrado até de quem nos procura, porque havemos de quebrar equilíbrios e submetermo-nos a dispendiosas operações plásticas, para assemelhar-se às vizinhas Canárias (ou outro destino turístico) e fazer aquilo que eles sabem fazer melhor e de forma mais competitiva?Algumas soluções dos nossos vizinhos canarinos, por exemplo, fazem sentido porque herdaram um território inóspito e desértico: as praias de areia amarela artificiais resultaram numa mais valia. Para nós é mais uma machadada no nosso património natural e na autenticidade.
Aproveitar recursos, sim, comprometer não
A estrada/promenade do Jardim do Mar, um exemplo paradigmático e mediatizado, não teve conta, peso ou medida. É um exemplo de uma intervenção radical na linha costeira (fotografias em posts anteriores).
Em breve vamos perceber por que razão tal construção teve de ir mar adentro. Seria preciso ganhar os metros ao mar. Algo surgirá logo atrás, a seu tempo. Por isso, não se quis a solução moderada de fazer a estrada/promenade em largura mais reduzida, sem entrar em confronto com o mar, com todas as vantagens ambientais, paisagísticas, económicas, desportivas, turísticas e socio-culturais que daí resultariam.
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