O mortandade de hoje em Qana, perpetrado por Israel no sul do Líbano, em que foram vítimas várias dezenas de crianças não é um acto terrorismo? Querem-lhe chamar eufemisticamente "guerra", "efeitos colaterais"? E que tal um mera estatística? Apenas os mortos no lado israelita resultam de terror e são considerados assassinatos? Os mortos libaneses não se contam da mesma maneira?
E depois invoca-se o argumento cínico de que os civis são escudos humanos do Hezbollah... Se eram de facto escudos humanos, o que é improvável e está longe de se poder provar (onde estão os restos do suposto material bélico do Hezbollah em Qana?) seria mais um evidência de que Israel bombardeia esses civis sem qualquer hesitação, como se fossem terroristas ou guerrelheiros do Hezbollah. Tentando rejeitar e iludir, assim, as responsabilidades pelos crimes de guerra, pelos actos de terror, pela morte de civis. Quem não fugiu do Líbano é considerado membro e apoiante do Hezbollah, atitude que ilustra bem uma postura radical. Todos têm de abandonar à força as suas casas rumo a miseráveis campos de deslocados, tenham ou não meios?
Entretanto, a comunidade internacional mantém a indiferença e a inacção. Kofi Anan, na reunião de emergência da ONU no dia de hoje, chegou ao ponto de dizer estar em causa a credibilidade da organização a que preside. A ONU tem provado a sua inutilidade nos últimos dias. Nem o massacre... morte... de observadores daquela organização se conduz a uma posição firme por parte da comunidade internacional.
A matança de Qana é um efeito directo não só do terror do estado de Israel mas também do terror da indiferença do mundo. Não basta indignar-se perante as imagens de choque como se só agora houvesse motivo de indignação. É preciso agir. Mas Israel diz que precisa de mais 14 dias para continuar a ofensiva contra o Hezbollah... E vai ao ponto de impedir a passagem de ajuda humanitária...
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