«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

sexta-feira, outubro 20, 2006

Professores de luto e em luta 16: homem ao mar

«Aquilo que dissemos foi, no fundo, o seguinte: o sindicatos ou querem parar de tentar afundar o barco, com o risco de serem os primeiros a afogar-se, ou querem entrar no barco connosco e conduzi-lo a bom porto. Esta foi a alternativa que deixámos hoje aos sindicatos.»

«Aquilo que dissemos hoje aos sindicatos era que a posição do Ministério da Educação, relativamente à estruturação da carreira e relativamente à avaliação do desempenho, era a posição definitiva do Ministério da Educação. Sobre essa matéria a negociação está concluída.»

(Jorge Pedreira, Secretário de estado adjunto da Educação: Rádio Renascença, 19.10.2006, sobre a proposta de estatuto do ME)

Conclusões:

1. Há duas alternativas, que não são alternativa nenhuma numa suposta negociação, para os sindicatos e os professores que representam:
a) dizem ámen a tudo o que propõe e impõe, unilateralmente, o ME, quer dizer, «entram no barco» não só calando-se e calando os professores (para isso aceitavam o suborno para «verem o tempo prestado como Dirigentes sindicais ser equiparado a serviço efectivo de funções» www.spn.pt);
b) afogam-se (ou são afogados pelo ME...).

2. No essencial, nunca esteve nada de relevante em negociação. A estruturação da carreira e o modelo de avaliação dos professores é aquela e somente aquela que o ME propõe e acabou-se a conversa.

3. Esta radicalização verbalizada é demonstrativo do desespero dos responsáveis políticos no Ministério da Educação. Ao ponto de tentar-se comprar o silêncio dos sindicatos... em troca de umas benesses para os dirigentes sindicais...

4. Terão seguido o recente conselho de Vital Moreira: «É evidente que as mudanças que implicam perda de regalias ou privilégios só se podem fazer contra os interessados...» (Não chamaria «reforma», mas sim operação económica... ou delapidação socioeconómica e profissional da docência...)

5. Terão ignorado José Pacheco Pereira: «uma ruptura entre os professores e o Ministério sem precedentes e que não pode deixar de ter consequências sobre o que se passa nas escolas

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