Ferreira Neto faz uma reflexão, no Tribuna da Madeira, a respeito da diabolização que se tem feito dos funcionários públicos - neste momento os professores são um alvo preferencial (cobaias) de algumas medidas radicais -, tomando o todo por uma parte e atacando tanto os bons como os maus profissionais. Destacamos estas passagens:
«É demasiado injusta a ideia que se foi propagando de que os funcionários são inúteis, não produzem, os privados é que lhes pagam o ordenado, com os seus impostos e se não existissem tanto melhor.
É o afloramento do sistema de liberalismo selvagem, que ainda vai no adro, mas que promete percorrer o seu caminho até ao fim. Cuidado, porém, que já não é a primeira vez que a procissão tem que recolher à pressa, nomeadamente por trovoadas sem grandes avisos prévios. Pode acontecer.»
«E a razão principal das minhas dúvidas de que o Estado deve administrar-se como uma empresa, pura e simplesmente, tem origem no facto de ter mais obrigações que os privados. Se estes podem deitar fora os seus colaboradores e ir buscar outros mais baratos ao mercado, com o Estado não se passa o mesmo. Se os deita fora tem que apará-los de outro lado.»
Pelo que toca aos professores, 17 e 18 de Outubro são dias de luto e luta a valer, de forma a provocar mais uma «trovoada» (depois da manifestação trovejante e sem precedentes em Portugal, no 5 de Outubro) e um «recolher da procissão à pressa», que a senhora ministra da Educação levou ao adro sem pudor e achincalhando todos os professores.
Sem comentários:
Enviar um comentário