«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

quarta-feira, dezembro 20, 2006

Abandono escolar, uma fatalidade?

Em Portugal Continental o abandono escolar situa-se, até ao 9º ano de escolaridade, nos 40%. Entre 2005 e 2006, o abandono terá subido de de 38,6 para 40 por cento. A Madeira, segundo notícia do Diário (21.11.2006), está «sem os números do abandono escolar. Só no Censos de 2011 se saberá a taxa dos madeirenses que deixaram a escola sem completar o 9º e o 12º ano.» Segundo os Censos de 2001, a taxa era de 3,1% até aos 15 anos, nos jovens entre os 18 e os 24 anos, 29,8% deixaram a escola antes de terminar o 9º ano e 50% não concluiram o 12º ano.

O corte de professores (5 mil contratados e mais de 20 mil efectivos), já programado pelo actual Ministério da Educação, conta com o abandono escolar como uma fatalidade (e quem sabe se conveniência para não investir na educação e insistir na lógica economicista e mercantilista), já que se ficassem mais alunos na escola mais professores seriam precisos. Mas como decidiram ser "preciso" colocar professores fora do sistema, alguma coisa há-se ficar por fazer. E esquece-se que a educação é um direito e não um mero serviço.

Com os actuais números, quando o ensino for obrigatório até ao 12º ano o abandono escolar vai para que percentagem? Não seria melhor tratar antes da consolidação do acesso e sucesso escolares até ao 9º ano? Será que a desvalorização dos professores e a precarização da docência empreendida pelo actual Ministério da Educação ajuda à valorização da escola e, consequentemente, à permanência dos jovens no sistema?

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