«Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
Por que não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?»
Tomo a liberdade de dedicar este poema (Poema dum Funcionário Cansado) aos professores empenhados desde país tão vilipendiados e atingidos na sua dignidade profissional, por um Governo e uma equipa ministerial que desvalorizam de forma acintosa e recorrente os profissionais da Educação. Tentam reduzi-los a funcionários (cansados), a técnicos, a guardadores de meninos, despromovendo-os social e profissionalmente.
Educar tem a ver com o livre pensar, a criatividade, o crescer, o transformar. E não educamos se não somos livres nós mesmos. Se nos limitamos a ser mais um funcionário, mais uma peça na engrenagem burocrática, dispensáveis. Vamos ser basicamente ou apenas maquinais transmissores de conteúdos, especialistas no ensino de técnicas, peças no aparelho ideológico de Estado, entidades descartáveis ou vamos ser também e sobretudo pessoas com visões, ilusões, entusiasmo, sonhos, horizontes utópicos, movendo-se em espaços de liberdade, autonomia e criatividade, criadores de interioridade, fundadores de mundos e «pastores de projectos», privilegiando a dimensão relacional? O momento exige Educadores e não Funcionários.
Benditos os que se cansam de ser funcionários em Educação e encontram sentido. Que desistem de serem «um funcionário apagado», «um funcionário triste» e se libertam.
Como alguém disse, lutam melhor os que têm sonhos belos. Isso a ministra Maria de Lurdes Rodrigues, cópia de Margaret Thatcher nas medidas neoliberais para a Educação, nunca será capaz de roubar nem matar. A luta ainda agora começou...
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