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«O caso do Metropolitano de Lisboa não é, porém, mais do que um exemplo de um panorama que se reproduz, com pequenas diferenças, noutras empresas públicas, quer no sector de transportes, quer noutros, revelando a irresponsabilidade de sucessivas equipas de gestão. O que torna mais flagrante o caso do ML é o facto de ser uma empresa altamente deficitária, em que a receita corrente (bilhetes e passes) não cobre mais do que 30 por cento da despesa corrente, sendo o resto (mais a despesa de investimento) coberto pelo Orçamento do Estado (apesar de se tratar de um serviço público de âmbito local). Infelizmente, mesmo nesse ponto, também não se trata de um caso singular.
Até agora, o esforço governamental tendente a conseguir o equilíbrio das contas públicas e a eliminação de regimes privativos especiais tem-se concentrado no sector público administrativo. É tempo de estender esse esforço ao sector público empresarial, tanto mais que as transferências orçamentais para as referidas empresas e o seu endividamento contribuem de forma considerável para a despesa pública e para o endividamento do sector público. Além de financeiramente onerosos, os regimes privativos especiais das empresas públicas criam diferenças de tratamento que só podem criar sentimentos de injustiça relativa, que deslegitimam os esforços governamentais para eliminar as situações de privilégio no sector público administrativo.»
(photo copyright www.suffolkinsurance.com)
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