As hesitações (só à terceira foi de vez), para o desencadear de eleições antecipadas na Madeira, ficaram explicadas pela realização de uma sondagem (Diário 04.02.2007) por parte do partido que suporta o Governo da Região, para sustentar a decisão de ir a votos antes do previsto.
Tal hipótese tinha passado pela nossa cabeça: as referidas hesitações para anunciar a decisão de provocar eleições poderia ser uma forma, como se veio a verificar através da notícia do Diário, para ganhar tempo de forma a concretizar o estudo de opinião. Contudo, pensámos que isso seria improvável porque imaginávamos a reconquista de uma nova maioria absoluta verificável, à partida, através de uma análise socio-política a olho nu.
Pelos vistos, foi mesmo preciso um maior grau certeza e segurança. O cálculo é, por si só, um indicador político. Para além de dar mais um argumento àqueles para quem o desencadear de eleições antecipadas tem por base, sobretudo, uma táctica político-partidária ou estratégia de manutenção de poder, mais do que alterar a situação decorrente da aprovação da nova Lei de Finanças das Regiões Autónomas. Nessa leitura, as regionais antecipadas são um balão de oxigénio para o partido governante, até no capítulo da sucessão na liderança do PSD-M. Além de, em 2009 (eleições nacionais) ou 2011 (eleições regionais), o Executivo Nacional até poder ser de outra cor. Não se pode, todavia, esquecer o objectivo de "bater o pé" por mais poderes autonómicos junto da República, na próxima revisão constitucional, dentro de dois anos, embora seja preciso ser subscrito pelo demonizado Partido Socialista...
É suposto o presidente da República ser o garante da democracia, no entanto ao marcar as eleições para 6 de Maio esqueceu os jovens que apesar de já terem ou estarem a fazer os 18 anos ainda não se recencearam. Por lei não é possível se recencear nos 60 dias anteriores a um acto eleitoral pelo que todas aqueles que foram apanhados desprevenidos ficam impossibilitados de votar. Tendo em conta esta situação ou o PR marcava as eleições para mais tarde (finais de Maio) e a CNE criava uma campanha de apelo ao recenceamento ou então,excepcionalmente, o prazo dos 60 dias era alterado para 40. Ficariam os não recenceados com 20 dias para o fazer.
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