Tomou posse o novo Governo Regional, que se mantém inalterado. Não contam mudanças por força do abandono de um dos secretários regionais, João Carlos Abreu, por cansaço e idade. Prova disso é ter sido a única "mudança", por razões pessoais, não políticas.
O mesmo Governo de muitos anos, num novo contexto e com a responsabilidade de uma maioria absolutíssima conferida pelos madeirenses, em 6 de Maio último. Um peso enorme sobre a governação social-democrata. O desafio é tremendo, sobretudo para um elenco com muitos anos de actividade, com os mesmos protagonistas e uma fórmula de governação aplicada repetidamente.
Vamos a ver como saímos da actual crise. Como se colocará pão na mesa e dinheiro no bolso dos madeirenses, isto é, onde se vai buscar e gerar riqueza para manter o nível de vida da última década. É isso que esperam os madeirenses, votaram na confiança de uma resposta providencial, e o Governo sabe-o bem.
Qualquer perda e dificuldade são sentidas com mais profundidade porque hoje as perspectivas e as exigências de vida dos madeirenses são elevadas relativamente a 1978. Caminhar do pior (anos 70) para o melhor (anos 90 até 2004) é um coisa. Sobretudo com fundos em abundância. Caminhar do bem-estar para as dificuldades e privações é doloroso.
Toda a gente fala num novo ciclo de desenvolvimento, mas é tudo abstracto. Onde estão as linhas programáticas que concretizam esse novo ciclo? É com o esticar do programa de 2004 que se induzirá um novo ciclo ou vamos antes prolongar o velho ciclo até onde der? A única ideia que tem vindo a público é a privatização. Veremos se um "velho" governo e uma "velha" maioria absoluta rimam com novo ciclo de desenvolvimento.
No seu discurso, o presidente do Governo Regional reconduzido afirmou que o «normal funcionamento das Instituições Democráticas na Região Autónoma, às vezes deturpado por dolo ou covardia política, de todos precisa, com todos conta.»
Eis um bom ponto para começar um novo ciclo de desenvolvimento. Dar espaço à vivência da cidadania e da autonomia ao nível da sociedade civil e do cidadão, à tolerância democrática, em que o mérito dos cidadãos não seja avaliado e decidido pela cor partidária ou qualquer outra forma de tráfico de influências, nem as minorias sejam etiquetadas de inimigo ou espezinhadas por discordarem do pensamento que é dominante num dado momento.
Vamos ao trabalho. Aproveitando e estimulando o que cada madeirense tem de melhor para dar pela prosperidade e bem-estar dos seus concidadãos.
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