«Marcada pela quase exclusiva necessidade de poupar dinheiro [ou cortar investimento...], o que já não é mau, continua a reforma da administração pública que o Governo vai fazendo sem que seja aparente uma coerência ou princípio geral. Dizem que é assim que se fazem hoje as reformas, empiricamente, sem grande desígnios.
O problema é que também é assim que estas reformas podem acabar por deformar. Mas é já evidente que os funcionários públicos vão perder parte importante dos seus direitos e privilégios; que a gratuitidade do Estado providência vai desaparecer; que vários serviços públicos vão ser privatizados; que a saúde, a educação e a justiça vão custar muito mais caro; e que os benefícios da Segurança Social vão estagnar por uns anos.
Finalmente, com a entrada em vigor das novas leis orgânicas e as nomeações que se seguiram, é também evidente que a ocupação dos cargos dirigentes e intermediários da administração pública deve ter sido, com os socialistas, a mais radical e completa desde os anos 70».
António Barreto
Público 22.04.2007
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