«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

sábado, junho 16, 2007

Sindicalistas militantes do partido socialista assinaram acordo com o governo socialista 1

Não há incompatibilidade entre ser militante/deputado socialista e ser sindicalista negociador das condições laborais dos trabalhadores com o governo socialista? A lei das incompatibilidades deveria alargar-se.

«O socialista Ricardo Freitas não esconde que a reforma da Segurança Social, cuja proposta está a ser ultimada pelo ministro Vieira da Silva, implicará uma redução das pensões», escrevia o Diário em 14 de Setembro de 2006, ouvindo aquele político madeirense. «Mesmo quando veste a pele de sindicalista, o deputado da maioria, que também é coordenador da UGT na Madeira, por exemplo, aprova as medidas do Governo que estão na calha», dizia ainda o Diário.

No momento em que a OCDE vem dizer que as reformas dos portugueses vão sofrer um quebra de mais de 30% (quebra comparada à do México... confirma-se que nos tornamos um país da América Latina...) é bom lembrar as posições do referido sindicalista e então coordenador do PS na Comissão de Trabalho e Segurança Social da AR, no actual governo socialista, na referida notícia intitulada «Ricardo Freitas com Vieira da Silva na reforma da Segurança Social»:

"Trata-se de uma realidade [nota: lá vem a história da fatalidade e da inevitabilidade e do único caminho...]: para obter o mesmo tipo de ganho, naturalmente que, embora de forma voluntária, as pessoas vão ter de trabalhar mais".

Pelos vistos vamos trabalhar mais e receber menos na mesma. A não ser que as pessoas aceitem morrer no trabalho, como significa o desumano conceito de "envelhecimento activo" (ou o prolongamento da actividade laboral mesmo que seja a meio tempo), para além dos 65 anos. Talvez seja bom para quem se tenha habituado de tal forma ao cabresto, cerca, arreio, carroça, esporas e chicote, que não veja sentido na vida a não ser no posto de trabalho.

Citando Rubem Alves a propósito, há quem, na reforma, comece a «sentir saudades do arreio e da carroça, querem voltar, porque se cansam da liberdade. Toda a gente diz que quer liberdade. É mentira. A liberdade traz muita confusão à cabeça. Melhores são as rotinas que nos livram da maçada de ter que tomar decisões sobre o que fazer com a liberdade. Quem tem rotinas não precisa de tomar decisões. A vida já está decidida. O cavaleiro nem precisa de puxar a rédea: o cavalo sabe o caminho a seguir.»

Photo copyright: PS

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