OK, já percebemos: de manhã aplaudimos José Sócrates e o Partido Socialista, à tarde veste-se a pele de sindicalista e estamos na mesa das negociações com o governo de José Sócrates, para acordos muito convenientes para o poder governativo e pouco convenientes para os trabalhadores, cujos direitos são trocados por peanuts, como acabou de fazer a Frente Sindical da Administração Pública (FESAP), afecta à UGT.
Nas imagens que a RTP passou sobre a assinatura do acordo com o governo por parte da FESAP, lá estava, num segmento de imagens, o madeirense Ricardo Freitas, na mesa das negociações.
Ricardo Freitas, sindicalista da Função Pública, o sector mais afectado pelas medidas do executivo de José Sócrates, ligado ao SINTAP regional e coordenador da UGT na Madeira, deputado do Partido Socialista e coordenador do mesmo partido na Comissão de Trabalho e Segurança Social da Assembleia da República, até há poucos dias atrás, assinou a reforma do Governo, nos moldes em que foi concretizada, no que toca aos regimes de vinculação, carreiras e remunerações na administração pública.
Recorde-se que o secretário geral da UGT, João Proença, é daqueles que são vistos na primeira fila na sala do PS, no Largo do Rato, em momentos importantes, como na vitória nas últimas eleições legislativas. A UGT nasceu porque «os sindicalistas ligados aos partidos Socialista e Social-Democrático (conservador) decidiram constituir uma nova central sindical», como se pode ler na página oficial. Por isso, as leis que governos socialistas e social-democratas ponham cá fora são para aprovar... Por isso não aderem às greves ou ficam calados...
Com todas estas ligações, qual a credibilidade e independência da FESAP e da UGT? Pensará o leitor que a CGTP-IN tem ligações ao partido comunista. Tem razão, não vou defender incoerências ou conotações de ninguém, mas há uma diferença: o partido comunista não é nem foi e muito dificilmente será governo em Portugal. A CGTP-IN não negoceia leis com o PCP.
Sindicalismo conotado com os partidos de governo é um faz de conta ao sabor de interesses partidários, que lesa os trabalhadores. Ao governo compete governar. Se entende que tem de aprovar uma lei tenha a coragem de aprová-la sem a almofada de um sindicato conectado com o PS, como aconteceu agora com a subscrição da FESAP (UGT).
Subserviências
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Como já tinha referido anteriormente, considero que actividade sindical e politica é incompativél.
ResponderEliminarÉ como querer ser cordeiro e lobo ao mesmo tempo (sem fazer considerações sobre quem é o lobo e quem é o cordeiro).
Mas como tu próprio afirmaste "O sindicalismo é mais um campo onde se joga a influência partidária na sociedade. Será fatal ser assim?"
Durante muito tempo parece que foram os sidicatos a conseguir influenciar mais os partidos que o inverso. Neste momento o governo não tem margem de manobra para ceder aos sindicatos.
Declaração de Interesses - Não sou sindicalizado. Nada do que eu considero importante para o meu desenvolvimento pessoal é defendido pelos actuais sindicatos.
Concordo plenamente consigo
ResponderEliminarRoberto Rodrigues
Cortar (d)a Direita
Assino por baixo.
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