«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

sábado, junho 16, 2007

Sindicalistas militantes do partido socialista assinaram acordo com o governo socialista 2

OK, já percebemos: de manhã aplaudimos José Sócrates e o Partido Socialista, à tarde veste-se a pele de sindicalista e estamos na mesa das negociações com o governo de José Sócrates, para acordos muito convenientes para o poder governativo e pouco convenientes para os trabalhadores, cujos direitos são trocados por peanuts, como acabou de fazer a Frente Sindical da Administração Pública (FESAP), afecta à UGT.

Nas imagens que a RTP passou sobre a assinatura do acordo com o governo por parte da FESAP, lá estava, num segmento de imagens, o madeirense Ricardo Freitas, na mesa das negociações.

Ricardo Freitas, sindicalista da Função Pública, o sector mais afectado pelas medidas do executivo de José Sócrates, ligado ao SINTAP regional e coordenador da UGT na Madeira, deputado do Partido Socialista e coordenador do mesmo partido na Comissão de Trabalho e Segurança Social da Assembleia da República, até há poucos dias atrás, assinou a reforma do Governo, nos moldes em que foi concretizada, no que toca aos regimes de vinculação, carreiras e remunerações na administração pública.

Recorde-se que o secretário geral da UGT, João Proença, é daqueles que são vistos na primeira fila na sala do PS, no Largo do Rato, em momentos importantes, como na vitória nas últimas eleições legislativas. A UGT nasceu porque «os sindicalistas ligados aos partidos Socialista e Social-Democrático (conservador) decidiram constituir uma nova central sindical», como se pode ler na página oficial. Por isso, as leis que governos socialistas e social-democratas ponham cá fora são para aprovar... Por isso não aderem às greves ou ficam calados...

Com todas estas ligações, qual a credibilidade e independência da FESAP e da UGT? Pensará o leitor que a CGTP-IN tem ligações ao partido comunista. Tem razão, não vou defender incoerências ou conotações de ninguém, mas há uma diferença: o partido comunista não é nem foi e muito dificilmente será governo em Portugal. A CGTP-IN não negoceia leis com o PCP.

Sindicalismo conotado com os partidos de governo é um faz de conta ao sabor de interesses partidários, que lesa os trabalhadores. Ao governo compete governar. Se entende que tem de aprovar uma lei tenha a coragem de aprová-la sem a almofada de um sindicato conectado com o PS, como aconteceu agora com a subscrição da FESAP (UGT).

Subserviências

Photo copyright: Diário

3 comentários:

  1. Como já tinha referido anteriormente, considero que actividade sindical e politica é incompativél.
    É como querer ser cordeiro e lobo ao mesmo tempo (sem fazer considerações sobre quem é o lobo e quem é o cordeiro).

    Mas como tu próprio afirmaste "O sindicalismo é mais um campo onde se joga a influência partidária na sociedade. Será fatal ser assim?"

    Durante muito tempo parece que foram os sidicatos a conseguir influenciar mais os partidos que o inverso. Neste momento o governo não tem margem de manobra para ceder aos sindicatos.

    Declaração de Interesses - Não sou sindicalizado. Nada do que eu considero importante para o meu desenvolvimento pessoal é defendido pelos actuais sindicatos.

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  2. Concordo plenamente consigo

    Roberto Rodrigues
    Cortar (d)a Direita

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