Por que motivo não é proporcionado acesso a bens alimentares de sobrevivência a preços mais justos a um povo insular como o madeirense, com um dos mais baixos poderes de compra do país?
No Diário de 15.08.2007 podia-se ler o seguinte:
«O responsável por um grupo económico desta praça com uma rede de supermercados distribuída pela Madeira faz o diagnóstico: "Há pessoas que deixaram de comprar o queijo. Ficam-se pela manteiga e prescindem do resto para acompanhar o pão."» Ou ainda: «Já se começa a assistir "a algumas rejeições na caixa." Motivo: não há cobertura para pagar a despesa.»
É nas conjunturas de crise que não faz sentido o facto dos madeirenses não terem acesso a bens alimentares a preços mais baixos e mais justos.
Daí que seja uma incógnita, cadeias como a Minipreço ou a Lidl não se estabelecerem na Madeira. Há quem diga que há uma situação de domínio ou monopólio de mercado, em que não haverá interesse em baixar preços (margens de lucro).
As entidades regionais, a quem cabe zelar pelo bem estar da população (a alimentação é uma das bases desse bem-estar) devem, certamente, desejar que os madeirenses comam mais barato (e porventura melhor). Por que não incentivar a vinda de cadeias que pratiquem preços mais interessantes? «Melhor qualidade ao preço mais competitivo», na filosofia da Minipreço, por exemplo.
Como referiu ao Jornal da Madeira (11.8.2007) José António Castro, o presidente da ACIPS, concorrência precisa-se: «considero que seria muito benéfico para o Porto Santo que surgisse uma outra cadeia de supermercados, para além das que já existem.»
Ná página da Lidl, por exemplo, percebemos que há muita vontade para a expansão: «Para abrirmos mais lojas Lidl procuramos em todo o território nacional imóveis para compra ou para arrendamento em localidades com mais de 10.000 habitantes».
Se o IVA na Madeira é 6% mais baixo que no Continente [e como lembrou amsf num comentário a este post: «temos produtos de primeira necessidade a serem subsidiados pela UE através do POSEIMA»], por que motivo os preços cá na ilha não são, no mínimo, iguais ao de lá? Não cobre o transporte? Ou vai para o bolso dos que se habituaram a proteccionismos e a avultadas margens de lucro?
Ou será que o mercado regional vai, neo-colonialmente, ao bolso dos madeirenses sem que estes se queixem, sem que digam um ai, perante o seu emprobrecimento?
Prisioneiros (explorados) dos Elementos
Onde moram os colonialistas?
Além do IVA mais barato temos produtos de primeira necessidade a serem subsidiados pela UE através do POSEIMA. Os consumidores não se dão conta, talvez porque como acontecia no crédito jovem bonificado os importadores acabam por não relectir esses apoios no preço de revenda.
ResponderEliminarA entrada das cadeias de supermercados que mencionou fariam os preços baixar e reduzir os lucros dos já instalados, nomeadamento o Sá. Se existe colonialismo continental também existe funchalense!