Panfleto informativo distribuído nos aeroportos sobre o pré-fabricado chamado Terminal 2Parece que o bairrismo madeirense e o sentido crítico se esvaneceram perante a propaganda da ANA Aeroportos, que conseguiu convencer a imprensa regional das alegadas vantagens do novo Terminal 2 e relativizar os «constrangimentos» vários, que foram apenas aflorados. A operação de charme da ANA funcionou.
O Terminal 2, no Aeroporto de Lisboa, aberto hoje, destina-se, para já, a partidas de voos domésticos. Em Novembro de 2008, as chegadas desses voos processar-se-ão também no terminal secundário. Até 2017, pelos vistos, até que esteja pronto o novo aeroporto internacional de Lisboa, segundo as estimativas mais optimistas.
«Terminal 2 é mais funcional para check-in e embarque» disse o Jornal da Madeira na sexta-feira passada. «O que se pode dizer, depois de efectuada a visita [teleguiada pela ANA...] é que partilhamos das palavras do director do aeroporto [«o novo terminal facilita a vida ao passageiro e vem permitir que tenha uma precepção imediata da área de check-in e de embarque»], pese embora vejamos alguns constrangimentos nas ligações para quem deixa os carros nos estacionamentos ou nas rent-a-car.»
O Diário de Notícias da Madeira (27.07.2007) ficou também convencido, não obstante as desvantagens: «no caso de grandes atrasos, criados nomeadamente por más condições atmosféricas no destino, é de admitir que possa ser criados novos constrangimentos»; o «transporte para os aviões continuará a ser feito com autocarros para as posições de estacionamento». Ou seja, as cómodas e rápidas entradas ou saídas por mangas não existem. Mangas móveis só em dias de mau tempo.
O elogio ao novo terminal pelo Jornal da Madeira entra também em contradição com mais desvantagens apontadas, além da já referida dificuldade no «acesso dos parques de estacionamento e rent-a-car».
Na verdade, o Terminal 2 «fica a três minutos, de carro, do local de entrada para as partidas no terminal principal», o que obriga a esperar e a apanhar mais um transporte, o que significa mais dependência e ir mais cedo para o aeroporto.
Para quem tiver de deixar o carro no aeroporto só pode estacionar no Terminal 1.
Quanto ao acesso rodoviário ao terminal secundário, parece que se pode evitar a congestionada 2ª Circular, já que se faz por uma via a partir da Alameda das Comunidades Portuguesas, que liga a Rotunda do Relógio ao Terminal 1 e conduz à actual zona de Partidas do Aeroporto de Lisboa. Se esse acesso se confirmar (este arruamento nem surge no mapa contido no panfleto informativo da ANA - clicar sobre imagem neste post) e cumprir a sua função de forma plena, será vantajoso. A ver vamos.
Além do mais, os serviços no Terminal 2, nomeadamente nas lojas, restauração ou apoio ao passageiro, não terá nada a ver com o terminal principal. O panfleto da ANA, ao nível dos serviços refere apenas «restauração, papelaria e loja generalista.»
Contudo, Francisco Severino, director do aeroporto, «nega que haja qualquer tentativa de marginalização dos passageiros com destino aos voos domésticos», como escreveu o Diário. Será uma marginalização "positiva"..., como se marginalizar pudesse ser alguma vez positivo. Se o Terminal 2 fosse tão bom ou melhor que o Terminal 1 aí seria diferente.
Mais informação/propaganda em ANA.pt sobre o remendo aeroportuário numa construção tipo «pré-fabricado», como noticiou a SIC.
Estejamos, sim, atentos ao que dirão os passageiros a partir da sua experiência directa de utilização do Terminal 2, que se inciou hoje depois da inauguração oficial de ontem.
Há poucas semanas quando se falou no Terminal 2 o PSD levou à ALR um Projecto de Resolução, da autoria do PSD, intitulado “CONTRA A POLITICA DE DISCRIMINAÇÃO DOS PASSAGEIROS DAS ILHAS NO AEROPORTO DA PORTELA – NOVO TERMINAL 2”.
ResponderEliminarÉ claro para qualquer pessoa minimamente informada QUEM É QUE ESTÁ OBSECADO COM QUÊM!
Ao AJJ falta-lhe um espelho!
O PSD Madeira poderá ter razão quanto à questão do Terminal 2, independentemente da motivação que se possa atribuir.
ResponderEliminarNão há dúvida que há, à partida, desvantagens e constrangimentos vários no Terminal 2. Por alguma razão os voos internacionais não foram transferidos para o terminal secundário.
Agora, falta verificar, in loco, em utilização real da estrutura, a extensão desses constrangimentos ou até o surgimento de outros não previstos/detectados.
Essas dificuldades têm que ser muito minimizadas se não for possível anulá-las por completo. Agora, não se venha com um discurso para dar a impressão que o Terminal 2 é tão bom ou melhor que o Terminal 1...
Aguardemos pelas notícias dos próximos dias.
Mas a questão original do PSD/M não era essa...a questão estava mais uma vez em os madeirenses serem vítimas de Lisboa quando o referido terminal não se destinava unicamente aos madeirenses mas a todos aqueles que viajassem dentro do país.
ResponderEliminarPior seria se não se fizesse nada e consequentemente o serviço no terminal 1 piorasse PARA TODOS.
de certa forma, neste caso, dizer que os madeirenses serão vitimas de descriminação por terem que usar o novo terminal será o mesmo que dizer que são superiores aos restantes portugueses (e não só) que terão que utilizar o mesmo terminal e que merecem tratamento diferenciado.
ResponderEliminarpenso que é mais uma vitimização politica, mais uma pedra para atirar, enfim, mais do mesmo.
o problema deverá ser tratado, se realmente existirem grandes diferenças no funcionamento, como descriminação dos utentes dos voos internos, e é com todo que se deve contar, e não com apenas os madeirenses, pois isso vai andar a reboque da tal vitimização politica e nada será corrigido.
tambem eu tenho que voar para a Madeira por razões familiares, mas sou do continente, no entanto sou portugues como todos os madeirenses e não será por ter residencia fiscal no continente que me sentirei melhor ou pior tratado.
um dia destes terei que usar o novo terminal e ai poderei dar uma opinião sobre ele, no entanto, para já tenho muitas duvidas, algo feito á pressa e saido de uma cartola como que por magia dificilmente funcionará bem.
e se não funcionar bem só com as partidas, quando se juntar as chegadas ai vai ser o caos
quase que será caso de se voltar a pensar no transporte maritimo.