Ontem deu-se a visita a Portugal de Rodrigo Rato, director geral do FMI, que regula (vigia) o sistema financeiro internacional. E disse que Portugal estava no caminho certo para a redução do défice público e reestruturação da administração pública.
Para depois poderem-se baixar os impostos. Certamente uma baixa de impostos para sectores pobrezinhos como a banca... enquanto se aniquilam os serviços públicos, se delapidam os salários e se barateia o custo do trabalho (muito dele já pago miseravelmente, mas é sempre possível tornar ainda mais miserável) de muita gente...
Tudo se submete a uma dada rentabilidade económica (caminho "único" e "inevitável"...), que favorece alguns em detrimento de todos os outros.
O famoso tema «FMI» (ler e ouvir) de José Mário Branco integra, como extra, a reedição em CD do álbum duplo Ser Solid(t)ário. No texto do livreto, pela mão de Nuno Pacheco, podemos ler sobre a faixa FMI:
«Nascido na ressaca do processo de expulsão da Comuna, com retroactivos por ter sido expulso do PCP(R) em 1979, o F.M.I. surge para José Mário Branco da "necessidade de encontrar um sentido para a vida fora dos clichés ideológicos". E é, tal como a primeira peça do Teatro do Mundo ("A Secreta Família", estreada em Julho de 1979), uma espécie "de vómito" emotivo. "Um texto profundamente confessional e catártico, uma conversa que me é permitida exclusivamente com a gente da minha geração... E na qual as outras gerações (a de antes e a de depois) são só atingidas por tabela" ("Expresso", 9/4/ 82). Daí que, em 1982, o F.M.I. surgisse num disco à parte, em maxi-single, e selado com a seguinte indicação: "Por determinação expressa do autor fica proibida a audição pública, total ou integral, deste disco."
Passados quinze anos sobre a primeira edição, Ser Solidário acaba por reencontrar em CD o formato original, com o F.M.I. como estação derradeira de uma viagem proposta ao longo das restantes quinze canções, compostas em parte entre 1979 e 1980, e onde diversos géneros musicais se cruzam e fundem, como num caleidoscópio, da balada urbana ao rock, passando pelo Jazz, a marcha, o fado, a chula».
Sobre o álbum Ser Solid(t)ário pode-se ler ainda:
«E será também, para quem assim o entenda e queira, um testemunho essencial à compreensão das contradições e ansiedades de uma geração que fez do radicalismo de esquerda bandeira e que, mais tarde, da descrença nele guardou as dores e cicatrizes de um estado de alma. Uma inquietação permanente, como diz o cantor: "Há sempre qualquer coisa que eu tenho de fazer/ Qualquer coisa que eu devia resolver/ Porquê, não sei/ Mas sei/ Que essa coisa... é que é linda".»
«Eu quero que o FMI se foda»...2
«Eu quero que o FMI se foda»...
Para depois poderem-se baixar os impostos. Certamente uma baixa de impostos para sectores pobrezinhos como a banca... enquanto se aniquilam os serviços públicos, se delapidam os salários e se barateia o custo do trabalho (muito dele já pago miseravelmente, mas é sempre possível tornar ainda mais miserável) de muita gente...
Tudo se submete a uma dada rentabilidade económica (caminho "único" e "inevitável"...), que favorece alguns em detrimento de todos os outros.
O famoso tema «FMI» (ler e ouvir) de José Mário Branco integra, como extra, a reedição em CD do álbum duplo Ser Solid(t)ário. No texto do livreto, pela mão de Nuno Pacheco, podemos ler sobre a faixa FMI:
«Nascido na ressaca do processo de expulsão da Comuna, com retroactivos por ter sido expulso do PCP(R) em 1979, o F.M.I. surge para José Mário Branco da "necessidade de encontrar um sentido para a vida fora dos clichés ideológicos". E é, tal como a primeira peça do Teatro do Mundo ("A Secreta Família", estreada em Julho de 1979), uma espécie "de vómito" emotivo. "Um texto profundamente confessional e catártico, uma conversa que me é permitida exclusivamente com a gente da minha geração... E na qual as outras gerações (a de antes e a de depois) são só atingidas por tabela" ("Expresso", 9/4/ 82). Daí que, em 1982, o F.M.I. surgisse num disco à parte, em maxi-single, e selado com a seguinte indicação: "Por determinação expressa do autor fica proibida a audição pública, total ou integral, deste disco."
Passados quinze anos sobre a primeira edição, Ser Solidário acaba por reencontrar em CD o formato original, com o F.M.I. como estação derradeira de uma viagem proposta ao longo das restantes quinze canções, compostas em parte entre 1979 e 1980, e onde diversos géneros musicais se cruzam e fundem, como num caleidoscópio, da balada urbana ao rock, passando pelo Jazz, a marcha, o fado, a chula».
Sobre o álbum Ser Solid(t)ário pode-se ler ainda:
«E será também, para quem assim o entenda e queira, um testemunho essencial à compreensão das contradições e ansiedades de uma geração que fez do radicalismo de esquerda bandeira e que, mais tarde, da descrença nele guardou as dores e cicatrizes de um estado de alma. Uma inquietação permanente, como diz o cantor: "Há sempre qualquer coisa que eu tenho de fazer/ Qualquer coisa que eu devia resolver/ Porquê, não sei/ Mas sei/ Que essa coisa... é que é linda".»
«Eu quero que o FMI se foda»...2
«Eu quero que o FMI se foda»...
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