Não se se confirmaram, publicamente, as razões que estão na demissão de Luís Guilherme Nóbrega, coordenador de exposições do Centro de Artes Casa das Mudas.
A notícia do Diário (20.10.2007) apresenta determinados factos para cada qual tirar as ilações: «Este facto [demissão de Luís Guilherme Nóbrega] segue-se a uma recente polémica relacionada com a retirada de uma obra de arte da fachada da Casa das Mudas: a intervenção artística, da autoria de Ricardo Barbeito, foi mandada retirar por ordem do vice-presidente do Governo, João Cunha e Silva. Isto, segundo declarações prestadas ao Diário por Ricardo Veloza».
Não se podem precipitar conclusões mas, de qualquer modo, é mais um caso que poderá confirmar que o mérito das pessoas não é o mais relevante nesta nossa terra. Como se pode chegar ao ponto de perder lideranças, por questões acessórias, a julgar pelo que é público, que fazem a diferença e cujo mérito está mais do que provado?
A desvalorização do mérito é um estímulo à cultura de pouco empenho (trabalho), de laxismo e de nivelamento por baixo, que não privilegia nem reconhece a competência dos melhores. Será assim que a economia da Madeira vai dar o salto qualitativo?
E depois queixámo-nos que há uma desvalorização do saber, da escola e da actividade intelectual.
Se se mantém o domínio de outros factores alheios ao mérito e à competência, no acesso ao emprego e à mobilidade social, como podemos convencer os nossos jovens a empenharem-se nos estudos e nas suas qualificações? Que sentido faz esse esforço pessoal, se uma parte deles já têm o seu destino (lugar no mercado de trabalho) traçado desde o berço? Se o futuro está assegurado à partida? Se o mérito e a competência afinal não são o mais determinante?
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