Na greve de ontem, enquanto a adesão dos professores, a nível nacional, se situou nos 80%, uma das mais expressivas de sempre, na Madeira ficou-se pelos insignificantes 30%. Com docentes assim tão satisfeitos, significa que os governos, de cá e de lá, podem esticar mais ainda a corda.
Até o apoio dado por Alberto João Jardim à greve caiu em saco roto. Até o dever de solidariedade para com os docentes de Portugal continental caiu em saco roto.
Os docentes a trabalhar na Região julgam-se numa realidade à parte da do resto do país. Julgam-se no habitual cantinho do ceú (expressão madeirense que significa estar à margem ou distante dos problemas do resto do mundo...), pelo facto de o Estatuto da Carreira Docente (ECD) ainda não lhes ter caído em cima do lombo, com todas as suas perversões, laborais e profissionais (pedagógicas). Independentemente de ser o ECD aprovado pelo Governo Regional - agora nas mãos de Monteiro Diniz - ou a lei que está em vigor ao nível nacional. Apesar de um ser mais gravoso do que o outro.
Em comparação com os Açores, que já têm um ECD aprovado, mais favorável do que o diploma madeirense, enquanto na Madeira encerraram onze estabelecimentos de ensino, na maioria escolas do 1º Ciclo, pré-escolar, creches e jardins de infância (apenas uma EB 2, 3 fechou portas), no arquipélago açoriano fecharam dezoito, sendo mais de metade escolas do 2º e/ou 3º Ciclos, que movimentam muitos mais professores do que as escolas do 1º Ciclo. Segundo dados publicados online pela FENPROF.
Os docentes da Madeira actuam, pois, em contraciclo também em comparação com os outros sectores da administração pública regional, já que a adesão à greve teve percentagens semelhantes ou então até em números superiores, como no caso dos enfermeiros, face ao que se passou no resto do país.
Só se lembrarão de Santa Bárbara quando der trovões...
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