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Posto à venda em Portugal em Novembro de 2007 - a edição inglesa data de 2004 -, a Autobiografia pelos Monty Python é imperdível para quem deseja conhecer melhor, na primeira pessoa, pelas palavras dos próprios comediantes, a história de um percurso que revolucionou a comédia.
São quase 500 páginas de uma narrativa que nos dá a conhecer muito do grupo por dentro. Algumas passagens para aguçar a curiosidade:
«Acho que os Python pertencem ao seu tempo. Não éramos arrivistas, não pretendíamos de facto estar ligados às pessoas do momento, ou aos acontecimentos do momento, tínhamos sim a esperança de sermos uma espécie de sonda da natureza humana, mas continuávamos a ser definidos pela sociedade em que nos encontrávamos e contra a qual nos revoltávamos» (Terry Jones, p.268).
«O que se passava é que estávamos a gozar com a cena do entretenimento ligeiro» (Eric Idle, p.268).
«Não havia qualquer autoridade esmagadora que nos tornasse a todos num grupo fascista em que todos tivessem de concordar com algo. Todos éramos muito individualistas e lutávamos pelas nossas coisas e penso mesmo que essa é que era a nossa força» (Terry Gilliam, p.267).
«Havia egos, mas acho que os egos estavam inteligentemente limitados ao facto de precisarmos de ter algum controlo sobre o nosso próprio material e o fato que vestíamos ou o tamanho do carro que tínhamos não interessava nada; o que realmente interessava era o material em si e aquilo que conseguíamos produzir» (Michael Palin, p.269).
«[O] que revelava coragem era que nós não sabíamos aquilo que queríamos fazer, só sabíamos aquilo que queríamos evitar. E essa é uma forma muito boa de começar, evitar e cortar com tudo o que é familiar e com tudo o que é um bocado foleiro, ou que já tenha sido feito» (Eric Idle, p.268).
«O que era bom era que se podia dizer o que se quisesse - "acho que está uma porcaria" - e ninguém te dava um murro e ficava zangado; diziam: "tudo bem, OK". Portanto, havia uma atmosfera crítica que era permissiva, o que era muito bom (...). Havia apenas uma regra, era que tinha que ter graça, tinha que fazer rir, não podias convencer os outros sem isso» (Eric Idle, p.216).
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