«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

quinta-feira, junho 12, 2008

Estrelato e sorte em ter saído da Madeira

Photo copyright

A estrela madeirense brilhou no jogo com a República Checa, ao apontar um golo de belo efeito, correspondendo a um passe magistral de Deco. Mais uma boa prestação da equipa portuguesa, a primeira a qualificar-se para a fase seguinte.

Tenho orgulho em Cristiano Ronaldo ser madeirense e regozijo-me pelo seu sucesso. Contudo, ele fez-se, enquanto jogador, em Portugal Continental e na Inglaterra. À Madeira deve pouco mais do que o local de nascimento.

Se por cá tivesse ficado, teria sido sufocado pelo caldo socio-cultural da insularidade; pelos poucos estímulos para a disciplina, treino e rigor; pela cultura do bloqueio e do pequeno interesse pessoal que conduzem ao nivelamento por baixo; pela cultura de mediania e pouca exigência; pelo ambiente pouco competitivo; pelo não privilegiar nem reconhecer da competência; pelo domínio do tráfico de influências em lugar do mérito no acesso às oportunidades e à mobilidade social; pela maledicência e inveja (mal querer ao próximo); pela mediocridade; pelos complexos de inferioridade; por o empenho e a competência serem encarados como ameaça porque, geralmente, os piores ascendem, mandam e passam a vida a olhar para o lado, a ver quem passa à frente; por não querermos que o outro seja melhor do que nós, mas sem fazermos nada para sermos melhores; entre outras maleitas regionais.

Recorde-se o episódio com Cristiano Ronaldo, de férias na Madeira em Junho de 2007, que ilustra bem o que se acaba de dizer.

1 comentário:

  1. Não tenho quaisquer dúvidas que se o CR tivesse ficado na ilha e não tivesse emigrado como o fez, primeiro para as escolinhas do Sporting e depois para Inglaterra, que hoje seria mais um futebolista madeirense com altos sonhos e poucas realizações.

    Dúvida nenhuma.

    ResponderEliminar