«And some people say that it's just rock 'n' roll. Oh but it gets you right down to your soul» NICK CAVE

sábado, setembro 20, 2008

Imagem das autonomias insulares 2 [texto actualizado 20 SET]

«Creio que a Madeira, por vezes, não tem convidado a opinião pública nacional a ter uma posição mais favorável em relação às autonomias», diz Carlos César, presidente do GR dos Açores, esquecendo o que a Madeira conquistou para as autonomias.

Mesmo que se discorde do estilo, dos métodos, da estratégia e do modelo de desenvolvimento, Alberto João Jardim precisou de um braço-de-ferro para conseguir vantagens para a Madeira nos pós-25 de Abril, que acabaram por beneficiar, em igual medida, os Açores.

Carlos César não pode esquecer isso, não pode deixar de fazer justiça a Alberto João Jardim, face à «tendência centralista muito arreigada na classe política nacional, como o líder acoriano reconheceu na entrevista ao Diário (7.9.2008). «Existem temores, na população, em relação a processos de desagregação que ainda há 30 anos foram evidenciados no processo de descolonização.»

«Portugal precisa de mais tempo para compreender o valor dos processos de descentralização no seu próprio território, não só nas autonomias insulares como a própria regionalização do continente», disse ao referido jornal.

Carlos César tem também a sua razão ao dizer que, «por outro lado, existiram, e existem, comportamentos políticos, à escala regional, que não abonam à boa consideração dos políticos regionais

Mesmo quando toca à Madeira: «creio que a Madeira, por vezes, não tem convidado a opinião pública nacional a ter uma posição mais favorável em relação às autonomias

E vai mais longe, exemplificando: «eu estou convencido, também, que boa parte das motivações do senhor Presidente da República para ter uma posição tão inusitada, até esotérica, em relação ao Estatuto Politico-Administrativo dos Açores, foi o que ele pensava em relação a um processo similar na Madeira.»

E conclui: «Penso até que a Região Autónoma da Madeira foi um dos mais poderosos estímulos para a atitude do senhor Presidente da República. O que, assim sendo, foi injusto e não revelou a coragem que deveria ter revelado na distinção, se é que ele a faz, de dois processos políticos.»

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