«Eu sou obrigado a ler, por uma questão de controlo dos diplomas regionais, os diários da Assembleia Legislativa da Madeira.
[E gosta do que lê, pergunta o jornalista a que Monteiro Diniz responde:] Não completamente. [Não se sente frustrado com o trabalho parlamentar, perguntou ainda o entrevistador]. Eu utilizaria porventura até uma palavra mais pesada do que essa. Não a quero utilizar por uma questão de consideração para com o parlamento e a população da Madeira.
Há na Madeira, na verdade, uma certa liberdade comportamental, há um ambiente lúdico, em que se cultivam determinados valores, que não existem nos Açores. Os Açores têm um ambiente penúmbrico, nebuloso, uma carga cinzenta. Aqui na Madeira são as flores, as festas, o vinho, a alegria e, portanto, tudo isso comporta depois estas emanações que ultrapassam os limites minimamente razoáveis.
Isto que se passou na Assembleia [Legislativa da Madeira], num primeiro momento, é algo que é condenável, até muito condenável, pela simbologia que comporta o símbolo que o senhor deputado José Manuel Coelho... mas também é condenável a outra intervenção da suspensão, que é inconstitucional e ilegal.
O parlamento regional, como aliás todos os parlamentos, estão um pouco dependentes da qualidade dos deputados que se integram nele próprio.
O que há são determinados comportamentos que não são democráticos, existem em toda a parte, aqui porventura com mais frequência, mas isso não significa que a Madeira não esteja inserida num Estado de Direito Democrático, que as eleições para os órgãos de governo próprio não tenham conteúdo democrático e não haja um funcionamento enquadrado nos valores da democracia.
Há depois comportamentos como o caso da eleição do vice-presidente. Já tive oportunidade de transmitir que era um sinal de afirmação democrática que esse [terceiro] vice-presidente fosse eleito.
Eu tenho por várias vezes, quando me encontro com os senhores secretários e até com o senhor presidente do Governo, dito que quando vejo os diplomas, o debate e muitas vezes a oposição suscitar a ausência do respresentante do Governo em relação ao diploma em apreço, eu acho que seria a todos os títulos vantajoso para a imagem do parlamento, para a imagem da democracia na Madeira, que o Governo acompanhasse de perto os debates no parlamento, para responder às questões que o parlamento coloque.»
/rtp madeira 12.11.2008/
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