É mais importante pagar menos aos professores ou ter melhores professores? É uma escolha que a sociedade portuguesa, ou o governo em nome dela, tem de fazer, porque é difícil conciliar ou priorizar ambos os objectivos.
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O que é, afinal, prioritário na Educação? No meio de tanto conflito e legislação reformista do actual Ministério da Educação parece que se esquece o cerne do problema.
Vale a pena ou não o investimento na Educação, nomeadamente na formação e remuneração dos agentes de ensino? É mesmo importante a Educação para o nosso futuro colectivo? Depois de respondidas a estas questões, a montante, é que faz sentido definir o modelo de avaliação.
Sabe-se que a motivação do actual Governo da República é a de cortar nas despesas com salários. Daí o modelo de avaliação complexo e burocrático, punitivo, para garantir a retenção na carreira de dois terços dos docentes de forma administrativa, independentemente do mérito e esforço.
A melhoria do ensino é apenas utilizada como retórica. "Se os resultados são os que são, ao menos investe-se menos nos recursos humanos", pensará o Governo, como se aqueles profissionais tivessem toda a culpa do insucesso e abandono escolar...
Se o professor não é bom, é cortado o salário (não há progressão na carreira). Mas o sistema diz que o professor serve para continuar a ensinar, mesmo que para prejuízo dos alunos. O mais importante é pagar menos e não fazer com que o professor melhore o seu desempenho, porque, para isso, o modelo de avaliação tinha de ser formativo, além de distinguir o mérito.
Como os resultados não surgem apesar de tais medidas economicistas, de corte e desinvestimento na Educação e nas condições humanas do ensino-aprendizagem, qual é a solução? Mexer nas estatísticas à conta de facilitismos vários.
Para a Educação não há mais dinheiro, mas logo que um banco privado vai à falência surgem, num ápice, de um dia para o outro, muitos milhões dos contribuintes para tapar buracos financeiros. Aí a sociedade portuguesa não reclama.
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