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Qualquer que seja o modelo de avaliação do desempenho dos professores, exequível, que se implemente nas escolas, nunca será capaz de avaliar totalmente o trabalho do professor devido à sua complexidade e dimensão humana, não palpável ou medível. Tem a ver com a natureza da profissão, em que não se pode controlar, quantificar e classificar tudo.
Por isso, há que «confiar na responsabilidade» (António Nóvoa, Visão 1.11.2007) e na ética profissional dos docentes. A dimensão ética da profissão deveria ser alvo de mais atenção de sindicatos, da formação inicial de professores e dos governos. Para um compromisso dos profissionais da pedagogia com a sua profissão e com o seu quadro de valores (sugiro o livro de Isabel Baptista: Dar Rosto ao Futuro, a Educação como Compromisso Ético, Profedições 2005).
A profissão ganharia credibilidade e a sociedade aprofundaria a sua confiança nos professores e na Escola. Isso não se alcança apenas com avaliação da competência científico-pedagógica do docente.
O actual governo não confia nos professores. Maria de Lurdes Rodrigues desconfia muito dos professores, ao ponto de tentar voltar a sociedade portuguesa conta os agentes de ensino. Não há uma relação de confiança entre os docentes e a ministra da Educação. Isto é fatal e incomportável. Os próximos dias ou semanas vão prová-lo.
Só assim se compreende a fúria regulamentadora do Ministério da Educação, porque desconfia da responsabilidade dos professores. Daí regulamentar e controlar toda a vida das escolas, alunos e professores. Deveria antes estabelecer apenas princípios gerais na legislação e confiar na «responsabilidade profissional dos professores.»
Caso contrário, não vamos lá.
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