Os docentes estão a cavar trincheiras cada vez mais fundas e reagirão, com desconfiança e cepticismo, face a quaisquer virtudes anunciadas relativamente a novas reformas nos próximos anos ou décadas.
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José Pacheco Pereira refere que, se cair a ministra da Educação, seguir-se-á um longo período de carestia reformista, a dificultar o trabalho do PSD quando chegar ao poder. Daí aconselhar o seu partido a ter cuidado nas posições que toma neste momento de crise no sector.
No entanto, José Sócrates está mais preocupado com as contas eleitorais, nomeadamente com a perda da sua maiora absoluta, do que nas dificuldades reformistas de um futuro governo do PSD, no sistema de ensino.
Maria de Lurdes Rodrigues perdeu boa parte da opinião pública que havia conquistado contra os "madraços" dos professores, o que lhe retira autoridade. O feitiço voltou-se contra o feiticeiro.
Manter ou deixar cair a ministra/reformas, eis a questão de difícil resposta. Há sempre muito a perder. O Primeiro-Ministro tem de apenas escolher o que prefere perder.
É certo que, face à estratégia do actual Ministério da Educação de maldizer e alienar os professores para fazer avançar as reformas, independentemente dos seus aspectos positivos, a resistência à mudança será muito grande nas escolas. Os docentes estão a cavar trincheiras cada vez mais fundas e reagirão, com desconfiança e cepticismo, face a quaisquer virtudes anunciadas relativamente a novas reformas nos próximos anos ou décadas.
O sector educativo está cansado de reformas, ora num sentido ora noutro consoante o horizonte governativo de quatro anos, que não chegam a ter tempo de provar as suas possibilidades e impossibilidades. Não há estabilidade e continuidade nas políticas e nas reformas.
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