Diário Cidade
A Assembleia Legislativa Regional tem chumbado, pela mão da maioria, as propostas de complemento à pensão dos idosos, que os Açores já aprovou. Sem esquecer o chumbo das iniciativas que visam aumentar o subsídio de insularidade e atribuir um complemento para o ordenado mínimo dos madeirenses.
Todavia, a mesma ALM que reprova benefícios e aspirações dos madeirenses é lesta a legislar para dar mais dinheiro aos partidos políticos, que viram recentemente aprovada uma nova lei que engorda o célebre jackpot. Está a ser entendida como uma forma indirecta de financiar os partidos com assento parlamentar. Se se destinasse a apoiar e a dar mais qualidade ao trabalho dos parlamentares ainda se compreendia.
«O Parlamento da Madeira gastará em 2009 mais sete milhões do que a Assembleia dos Açores», como dá conta o Madeira4ever. Uma afronta em tempo de crise e em terra de carências. «O parlamento madeirense terá em 2009 um custo global superior em 70 por cento ao do seu congénere açoriano, apesar de este ter mais dez deputados.»
O PND, com mais ou menos demagogia ou populismo, resolveu devolver aos contribuintes a parte que lhes chegou do jackpot. Quem os pode censurar pela coerência relativamente à sua posição sobre o assunto, num protesto contra a forma de financiamento dos partidos? Quero ver se algum tribunal os obriga a devolver o dinheiro que foi devolvido à população...
A fila que se formou na rua para receber o dinheiro foi um espectáculo degradante, prova das necessidades que existem e persistem numa terra de PIB rico. Compreende-se o peso dos 30 euros para quem tem pouco. O PND teria, todavia, outras formas de fazer chegar a ajuda aos idosos sem os obrigar a esta exposição pública para consumo mediático, com pouca dignidade para os nossos séniors.
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