Quem espera por uma revolução cultural e de mentalidade na Madeira pode esperar sentado: a única revolução em curso é a da poncha.photo copyright
O director clínico do Hospital Central do Funchal, Miguel Ferreira, afirma que a taxa alcoólica na Madeira «é elevadíssima», refere notícia do Diário de hoje.
E fala quem conhece a realidade. Os números estão aí para o provar: mais de duas dezenas de pessoas, nos últimos dias, deram entrada nas urgências em coma alcoólico.
A anestesia, além de acontecer por via da ausência de massa crítica e inacção cívica, acontece também literalmente, na carne, por via do consumo de bebidas alcoólicas.
«As pessoas perdem o sentido crítico, acham que estão bem e afinal não estão», disse ainda o director clínico do HCF.
Como disse Monteiro Diniz, «há uma perspectiva lúdica e comportamental na Madeira que não há nos Açores nem no Continente.» «Há na Madeira, na verdade, uma certa liberdade comportamental, há um ambiente lúdico, em que se cultivam determinados valores». «Aqui na Madeira são as flores, as festas, o vinho, a alegria e, portanto, tudo isso comporta depois estas emanações que ultrapassam os limites minimamente razoáveis.»
O «vinho» aqui representa o consumo alcoólico, em que se inclui a actual febre da poncha com aguardente. Há pouco fiquei a saber que já existe uma Festa da Poncha, que é ilustrativo da cultura (comportamental e cívica) madeirense.
Se calhar não sabem que foi o consumo excessivo de aguardente que conduziu à criação da Casa São João de Deus... devido ao número de mentes abrasadas com o mesmo líquido base da poncha...
Não posso concordar mais com essa do "povo anestesiado"! E o jeito que dá a carneirada alienada com copos... Pessoalmente não tenho ilusões quanto à "revolução cultural e de mentalidade na Madeira". Sentada, pois. Parabéns pelo blog, muito bom!
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