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O lucro imediato e a qualquer custo não é (não deveria ser) a única coisa importante. Há aspectos subjectivos , que fazem a felicidade e bem-estar das pessoas, e que não são mensuráveis ou traduzíveis em dinheiro.
Na Madeira, fruto da nossa cultura/mundividência e de determinado modelo de desenvolvimento assente na construção de infra-estruturas, parece que tudo é traduzido em dinheiro, como se fosse a única coisa de valor. É como se estivesse tudo à venda, ao que nem escapa a própria Laurissilva e as zonas com estatuto de conservação.
Agora se percebe que a interdição de descerem carros particulares às casas do Rabaçal não foi motivada por preocupações ecológicas. Foi apenas uma forma que se encontrou para sacar dinheiro aos turistas, nas viagens de ida e volta no transporte colectivo.
O teleférico visa sacar muito mais dinheiro a (muitos) mais turistas. A actual média de 200 visitantes diários daquele espaço natural não deixam, in loco, dinheiro. Fazem despesa noutros locais, onde se hospedam e se alimentam. No Rabaçal vão com a mochila às costas, um farnel lá dentro e já está. Não precisam de mais nada. Não precisam de ninguém a lhes vender nada.
Por isso, é preciso repelir estes apreciadores da Natureza para dar lugar à burguesia com apetência por viagens dormentes de teleférico, sem sujar os pés, sem apanhar vento na cara, e com queda para o consumo em bares-restaurantes panorâmicos e souvenires.
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