Na passada sexta-feira, dia nove, a família Vasconcelos, dona da Quinta da Piedade, retirou o recheio da casa senhorial.
Há muito que o governo planeava dar outra função ao edifício secular. Parece que ali vai nascer um Centro Comunitário, mesmo que uma estrutura destas não seja algo fundamental na freguesia mais pequena da Madeira, em que as pessoas vivem muito próximo umas das outras e têm pontos de encontro naturais.
Como os centros comunitários são um fato de tamanho único para servir a todas as localidades da Madeira, lá o Jardim do Mar tem que ter o seu. O que é preciso é mostrar obra. Ao menos que se crie uma sala ampla, sem descaracterizar o edifício classificado, é claro, onde possam ter lugar actividades culturais ou actividade física para os seniores.
Tem a vantagem simbólica de devolver à população um espaço donde outrora emanavam as duras directrizes senhoriais próprias do tempo da colonia. O último Morgado do Jardim do Mar terá sido Luís de Vasconcellos do Couto Cardoso Beliago Esmeraldo Bettencourt e Silva, que faleceu no Funchal em 1892.
Acontece que a actual Casa de Chá, no edifício da igreja, que funciona como ponto de encontro e convívio comunitário, nem é muito frequentada.
Mais do que as paredes, é preciso haver recursos humanos capazes de dinamizar este tipo de espaços. Construir paredes é o mais fácil: basta haver dinheiro - se não houver pede-se à banca - e uma construtora.
Falou bem Nélio. O importante e fácil é construir os espaços para que as coisas acontecam. Após isso certamente que pessoas como eu e o Nélios estaremos à altura de ter iniciativas e ideias, sem esperar e depender do poder político para que nos tragam a vida servida em bandeja. Caso contrário corremos riscos de tomar a refeição envenenada com a cor do poder. Mas sempre podemos sentar o rabo num centro destes a comer tremoço e beber e cerveja e dizer mal do poder. Pelo menos até é mais fácil que construir as paredes.
ResponderEliminarabraço e bom ano