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quinta-feira, janeiro 08, 2009

Professores de luto e em luta 162: Governo orgulhosamente só na sua teimosia absoluta [actualizado 10.1.2009]

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Os projectos de lei do BE e do PEV, que visavam suspender a avaliação dos professores, foram rejeitados hoje por apenas um voto: 114 deputados votaram contra, 113 a favor e um absteve-se. Manuel Alegre, Teresa Portugal (prof), Júlia Caré (prof) e Eugénia Alho votaram a favor. Matilde Sousa Franco absteve-se.

O projecto do PSD teve igual sorte: 114 votos contra e 109 a favor. A bancada do PS contou com a abstenção de cinco deputados socialistas: Manuel Alegre, Júlia Caré, Teresa Portugal, Eugénia Alho e da independente socialista Matilde Sousa Franco.

(Note-se que, na RTP1, só passados 40 minutos a notícia apareceu no telejornal das 20:00)

Os seis deputados do PS que votaram ao lado da oposição no debate do início de Dezembro, o que teria possibilitado a aprovação de um projecto de resolução do CDS-PP que recomendava ao Governo a suspensão da avaliação dos professores, alteraram o sentido de voto quanto ao projecto do PSD.

Pior é o caso de dois deputados professores do PS, João Bernardo e Odete João, que agora votaram contra os projectos, depois de terem, respectivamente, votado a favor e abstido em relação ao projecto do CDS-PP.

Quanto aos projectos do BE e do PEV, porque as contas estavam feitas, em política não há coincidências, votaram a favor quatro deputados socialistas, com a abstenção de Matilde Sousa Franco a assegurar o 114 contra e 113 a favor. Assim o PS teve o que queria e quatro dos deputados tiveram "liberdade" para votar: os votos favoráveis não alteraram o chumbo.

Apesar do chumbo, através de um apertado 114-113, a bancada socialista e o Governo da República foram confrontados e expostos mais uma vez. O PS está orgulhosamente só na sua teimosia absoluta. A votação na AR é mais um factor de motivação para a luta dos professores.

Deputados socialistas professores que votaram contra a suspensão do actual modelo de avaliação (falta confirmar apenas os que estavam presentes na votação de hoje):

[Actualizado:]

Deputados PS professores ou ex-professores contra suspensão deste modelo de avaliação do desempenho


Agostinho Gonçalves, Alberto Arons de Carvalho, Alcídia Lopes, Aldemira Pinho, Bravo Nico (prof universitário), Maria Celeste Correia, Fernanda Asseiceira, Fernando Cabral, Horácio Antunes, Isabel Coutinho, Isabel Pires de Lima (prof universitária), Jacinto Serrão (círculo da MADEIRA), João Bernardo, Jorge Fão, José Augusto de Carvalho, José Junqueiro (prof universitário), Jovita Ladeira, Luiz Fagundes Duarte (prof universitário), Maria Jesuína Carrilho (prof universitária), Maria do Rosário Carneiro (prof universitária), Maria Helena Rodrigues, Maria Manuel Oliveira, Miguel Ginestal, Miranda Calha, Odete João (mas não mencionou a profissão principal na declaração de interesses da AR), Paula Barros, Paula Nobre de Deus (prof universitária), Paulo Barradas, Paulo Pedroso (prof universitário), Pedro Farmhouse, Renato Leal, Ricardo Gonçalves, Rosa Maria Albernaz e Rosalina Martins. Refira-se ainda que Manuel José Rodrigues é inspector da Educação e Cláudia Couto Vieira já foi docente.

Aditamento 9.1.2009:
«No PS, que tem uma maioria absoluta de 121 deputados, faltava o deputado Victor Baptista e o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, optou por não exercer o seu direito de voto», lê-se hoje no Diário, a confirmar a presença de todos os deputados professores, acima referidos, que votaram ontem contra a suspensão do actual modelo de avaliação do desempenho docente.

Ao menos a professora madeirense e deputada socialista, Júlia Caré, no momento certo, tem votado ao lado dos professores. E sabemos que a pressão é muita no sentido da disciplina de voto. "Não se pode ignorar as manifestações e as contestações, é preciso ouvir os professores", disse a deputada insular.

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