Enquanto os docentes levam um corte no salário e na carreira, os directores e subdirectores passam a ganhar mais: suplemento é pagamento para seguir o dictato.
O Ministério da Educação e o Governo da República já perceberam que precisam de um prologamento da sua mão pesada nas escolas. Pensam que o sucesso escolar vai cair do céu com uma mão dura em cada escola ou agrupamento de escolas, a garantir a disciplina (aos professores, não aos estudantes, está claro) de cima para baixo e à força.
Para os comissários estarem motivados, não há como garantir um suplemento remuneratório entre 310 e 400 euros para subdirectores/adjuntos e entre 600-750 para os directores: Decreto Regulamentar n.º 1-B/2009 (Diário da República n.º 2, Suplemento, Série I, de 5 de Janeiro de 2009). Este diploma prevê ainda a atribuição de um prémio de desempenho.
Isto segue aquela lógica vigente em Portugal de pagar principescamente a gestores e directores (quanto a tais salários já ninguém pergunta se têm em referência o PIB nacional...), com uma série de mordomias associadas, ao contrário do que acontece com os trabalhadores em geral, que o nosso país continua a pagar mal.
Não estou a querer dizer que os professores, em particular, ganham mal. Apenas salientar a contradição: enquanto os docentes levam um corte no salário e na carreira, os directores e subdirectores passam a ganhar mais. Aqui o Governo da República não se importa em abrir os cordões à bolsa...
Por mim, poderiam pagar ainda mais aos directores das escolas, desde que não o retirassem a quem está a ensinar nas salas de aulas.
E não me venham com essa lenga lenga salazarista de que «se soubesse quanto custa mandar, obedeceria toda a minha vida»...
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