Nem na China ditatorial a juventude é tão (auto)conformada como a madeirense. Não é natural a supressão da energia revolucionária e idealista da juventude, que tem um potencial transformador e é estruturante para o crescimento pessoal.
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Dizia-me alguém a respeito dos jovens madeirenses que tem a seu cargo: «eles dão-se conta que estão-lhes a fazer uma lavagem cerebral mas não se importam. Um ou outro importa-se e, por isso, esses não estão a ver-se a viver na Madeira.»
A maioria dos jovens submete-se e conforma-se (vende a alma ao diabo para sacar as benesses) alegre e voluntariamente, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Trocam tudo por um emprego ou tacho, não importa que andem depois tristes a olhar para o chão, para não tropeçar nas pedras salientes da calçada.
Um cidadão estrangeiro, que já não está na Madeira, professor, comentava que os jovens alegres, energéticos e idealistas que passavam pelas suas turmas transformavam-se noutra coisa em pouco tempo. Passados alguns anos encontrava-os bem diferentes: curvados, taciturnos, conformados. Algo visível até na sua postura corporal e no olhar. Percebia que era o preço de ter um emprego assegurado e a vida arranjada.
Na Madeira, a juventude cresce a ser conformada. Não, a bandalheira nas escolas (pouco trabalho e indisciplina) não é rebeldia ou energia revolucionária. É pura fanfarronice. Enquanto se entretêm nessa fanfarronice inconsequente e superficial não se rebelam. São intelectualmente submissos e autênticos paus-mandados.
Deve ajudar a explicar a passividade governativa perante o estado de indisciplina que se generaliza nas escolas madeirenses, degradando a qualidade das aprendizagens. Tudo isso nos vai cair em cima.
Desde que a indisciplina não saia para fora das salas de aula ou dos portões da escola está tudo muito bem. O que interessa é os jovens saírem da escola conformados e submissos, apesar de incivilizados, incultos e sem valores. A escola é como um limbo (escape) em que se dá essa sensação de liberdade e irresponsabilidade à juventude, para compensar a posterior condicionamento exterior (disciplina democrática) para o conformismo puro e duro.
Recorde-se:
Disciplina democrática selectiva
Vai uma revoluçãozinha?
Anestesia geral
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